sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Fazemos nós #1

(onde se inicia uma nova rubrica com diversas dicas, 

provavelmente sem qualquer interesse para o mundo em geral)


Sim, também sou daquelas que começa o ano em Setembro. E que adora o Outono. Não é muito original, bem sei. Mas é quando os novos horários dos rapazes nos obrigam a organizar os próximos 365 dias. É quando introduzimos novas rotinas. E iniciamos um novo ciclo. Compro sempre uma agenda bonita. Faço muitos planos. Traço objectivos. Recomeço do zero. Em Setembro, acho sempre que tudo é possível.

Este ano, uma das grandes decisões prendeu-se com adoptar um estilo de vida (ainda) mais saudável. Ora isto dá trabalho a implementar, não se consegue fazer de um dia para o outro. Por isso, achei que o “início do ano” era um bom momento para introduzir pequenas mudanças no nosso quotidiano, de modo a que se tornem automatismos. Esperando que se tornem automatismos. Tipo, fazer sopa todos os dias...

Já aqui falei da nossa horta, que vai de vento em popa. Ou melhor, vai abrigadinha. Nesta terra fria é preciso potenciar o pouco sol existente e abrigar da intempérie as plantações. Na estufa, quase conseguimos ver o crescimento diário dos vegetais. Pode parecer parvo, mas juro que tem imensa piada. Além disso, a horta é regada por um sistema de recuperação de águas pluviais, construído pelo meu amor. Um dia destes, tenho de fotografar esta autêntica obra de engenharia para vos mostrar.

Além dos legumes da estufa, decidi começar a fazer outro tipo de alimentos para armazenar durante o inverno. Tudo começou com a minha sogra. E com as amoras do nosso quintal. A compota caseira é uma instituição na Bélgica. No Verão, os supermercados enchem-se fruta própria para fazer doce. Na prateleira do açúcar, começa a aparecer uma série de embalagens de açúcar gelificante, que promete maravilhas. A minha sogra todos os anos faz imensa compota, mas este ano esmerou-se. A verdade é que tivemos um mês de Agosto muito mais quente do que o habitual (nem sequer vou falar do Setembro, para não agoirar), acho que nunca vi fruta tão saborosa à venda neste país. Pela primeira vez, não conseguimos dar vazão às groselhas pretas, aos morangos e às amoras, que crescem de forma algo selvagem e autónoma no nosso quintal. Lembrei-me, então, de começar fazer compotas. E de mandar algumas para a minha sogra, como forma de agradecimento. Aproveitei a onda e fiz também compota de abóbora com noz, tomate e morango. Em troca, recebi mais uns potes... Juntamente com uns conselhos preciosos: comprar um açúcar gelificante que se vende em pacotes tetra pack, que permite usar apenas meia medida de açúcar para um medida de fruta (por exemplo, 500 g de açúcar para 1 kg de amoras… sim, apanhei quilos de amoras!). E juntar uma maçã cortada aos bocadinhos, porque tem muita pectina que dá consistência ao doce. Na volta do correio, partilhei com ela uma ideia genial que tive: esterilizar os frascos num esterilizador de biberons para micro-ondas, que consegui desencantar numa venda de garagem por 3 euros. Poupa imenso tempo, água e trabalho.

Entretanto, comecei a traduzir um programa de culinária para a Meo, onde tenho roubado algumas ideias fantásticas de alimentos muito fáceis de fazer em casa e de conservar: queijo fresco com ervas aromáticas, chutney de figo (ou de manga), pickles caseiros, tomate seco… Enfim, comecei nas compotas e, agora, a imaginação é o meu limite! Infelizmente, ainda só consegui armazenar as compotas porque as marabuntas têm comido os meus “ensaios” todos. Quando tiver tempo, hei-de fazer uma série de coisas já testadas e aprovadas em quantidade suficiente para conservar. Ou, pelo menos, para fotografar…

[e, agora, perguntam vocês… O que vais fazer com 25 frascos de compota, Rita?! Os rapazes e eu só comemos compota quando há brunch com crepes. Mas o Belga come pão com doce e queijo todas as manhãs. Invariavelmente. E eu vou surripiando discretamente algumas compotas para rechear bolos, muffins, etc. Esta semana, fiz barritas de cereais recheadas com doce de pêra que foram eleitas as melhores de sempre. Yeah! Bom… a verdade é que a concorrência não é grande. Quer dizer, é completamente nula. As únicas barritas que entram nesta casa são as minhas, que não levam açúcar. Ih, ih, ih! ]

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