quinta-feira, 3 de abril de 2014

Habemus casa

(e estamos tão felizes!!!)


Não a encontrei na Net, nem numa agência ou num jornal. Encontrei-a por acaso, quando andava a passear com uma amiga em Vielsalm, num dos primeiros fins-de-semana de sol que anunciavam a Primavera. Com os miúdos a correrem à nossa frente. E, de repente, uma fachada amarela que me sorria, com um número de telefone.

Na verdade, foi a primeira casa que visitei. Éramos cem cães a um osso e fiquei em lista de espera. Pronto… éramos só dez, mas mesmo assim éramos demasiados. Ficar em lista de espera, quer literalmente dizer que o proprietário vai ficar à espera que apareça alguém melhor. Aparecer alguém melhor do que uma mulher com um part-time, sozinha com dois rapazes e um cão, não é difícil. Até porque o senhor avisou logo que não aceitava animais. Claro que D. Fuas é um cão já muito velhinho (de 4 anos), do tamanho de um gato (gigante), que quase não ladra (excepto a estranhos, homens cinquentões, gatos e coelhos). Um animal muito asseado (só faz chichi no chão quando lhe ralhamos). Um cão modelo, portanto. Coisa de somenos importância.

Foi uma visita um bocadinho estranha. O proprietário explicou que o apartamento ainda era habitado. Por um homem solteiro. Um jovem. Que não estava em casa e que obviamente não a tinha arrumado. Obviamente. Portanto, a visita foi feita por entre meias espalhadas pelo chão, garrafas vazias de cerveja e canecas sujas. O quarto parecia que tinha sido palco de noitadas animadas. A cozinha cheia de loiça empilhada com restos de comida. Na sala, havia roupa a secar um pouco por todo o lado. As paredes precisavam de uma boa pintura. O pequeno pátio repleto de vasos de flores mortas.

Mas a casa tinha potencial. O preço era bom. Tinha garagem e quintal. E dois quartos. Eu podia continuar a dormir na sala, mas os miúdos iam finalmente ter um quarto para cada um deles. E eu ia ter paz. Por isso, fiquei toda contente quando, no final da entrevista, o proprietário disse que me punha nos primeiros lugares da lista. Tinha de esperar pelo final do mês para saber a decisão final.

Na segunda-feira, quando fui buscar o Diogo à escola, vi o proprietário a fazer uns arranjos à porta de casa. Decidi parar para perguntar se já tinha uma resposta. Tinha, sim, senhora. Tinha escolhido um casalinho jovem. Mas tinha uma boa notícia para mim. O apartamento do lado também ia vagar. E era maior. Ele já tinha começado a isolar parte do sótão para fazer mais um quarto para nós. Se prometêssemos cuidar do jardim enorme, também podíamos ficar com aquela parte do terreno. Que o pátio era capaz de ser pequeno para o nosso cão. Mas que ele mantinha o mesmo preço do apartamento mais pequeno ao lado.

Só não me atasquei ao homem por vergonha. O Diogo, que entretanto veio ter connosco, estava louco de alegria. A casa fica tão perto da escola, que ele pode sair ao primeiro toque e chegar antes do segundo.

Apesar de já estarmos atrasados para o solfejo, aproveitámos para visitar o apartamento. Também ainda está habitado. Só que por um casal mais velho. Foi engraçado descobrir uma casa igual à primeira, mas tão diferente. Tudo limpo, tudo arrumado. Parecia muito maior. Enorme. Mais luminosa. As paredes têm umas cores algo garridas, mas a pintura está impecável. Uma casa pronta a habitar. Linda de morrer. Quatro andares só para nós. Um quintal a perder de vista. Um quarto no sótão que o proprietário está gentilmente a arranjar e que o Diogo escolheu de imediato. E outro quartinho ao lado, que mais tarde posso arranjar para as visitas.

Nós parecíamos uns parvinhos. Incrédulos. A rir. Devo ter agradecido umas mil vezes ao proprietário por nos ter escolhido. Espero que os próximos dois meses passem a voar. Para nós podermos dar mais um passo em frente nesta nossa reconstrução de vida.

4 comentários:

  1. Boa Sorte para a casa nova!
    Gosto muito de vos acompanhar. :)

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  2. Obrigada, ddm. Sabe muito bem estar acompanhada! :)

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  3. Parabéns, boa sorte, entrada com o pé direito...Fico a torcer por mais um passo tão importante de uns "amigos" imaginados...E escolheram uma terra que parece de postal!

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