segunda-feira, 2 de junho de 2014

Uma prenda atrasada no dia da Criança

(com um beijinho muito especial para a filha da minha baleia preferida)


Escrevi esta história para o meu filho Diogo quando ele tinha 3 anos. Há uma década atrás, portanto. Não sei bem porquê, tenho-lhe um carinho muito especial. Deve ter a ver com o facto de ter sido a primeira coisa que escrevi, depois de ter despachado a tese de mestrado e de ter jurado que nunca mais escreveria uma única linha na vida. Há séculos que não lhe pegava, acho mesmo que nunca a li ao Vasco. Descobri-a no fundo de um caixote, quando estava a arrumar as tralhas para mudarmos de casa este fim-de-semana. E aqui fica, para os vossos filhos também. Ou para a criança que habita em vós. Feliz dia da Criança atrasado!

[ Por ironia do destino, na Bélgica, ontem não foi dia da Criança, mas sim do pai. Um beijinho muito especial ao melhor pai do (meu) mundo. Um pai que continua a defender a cria, apesar de ela ter vindo viver para o Pólo Norte. ]

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Ursoleia

Esta é a história de Ursoleia, um animal único no Pólo Norte. Um animal único, ao que se sabe, no mundo inteiro. O seu problema era exactamente esse – ser um exemplar único da sua espécie. Nem sequer a sua própria família era igual a ela, pois os seus pais eram dois animais de espécies muito diferentes. Ursoleia nasceu de um primeiro olhar trocado entre um urso polar e uma baleia.

Certo dia, estava a baleia a dar o seu passeio matinal pelas águas geladas do Pólo Norte quando, feliz da vida, lançou um enorme repuxo de água, suspirando de contentamento:
– Hum!| A água hoje está mesmo fresquinha...

Quem não achou graça nenhuma à brincadeira foi o urso, que estava debruçado na ponta do icebergue à espera de ver saltar um peixe gorducho que lhe servisse de pequeno-almoço. Quando se viu repentinamente encharcado por aquele gigantesco repuxo, virou-se muito depressa para ralhar com a baleia:
– Ora! Com franqueza, D. Baleia! Tem de ver por onde anda! Não pode estar para aí a molhar todos os animais com quem se cruza...

Surpreendida, a baleia parou para lhe pedir desculpa. Mas, quando os olhos zangados do urso se encontraram com os olhos doces da baleia, o amor aconteceu. Olharam-se durante muito tempo, sem conseguirem dizer uma palavra. O olhar do urso perdido no da baleia. O olhar da baleia encontrado no do urso. Assim nasceu a bela Ursoleia.

Todos os habitantes do Pólo Norte se apressaram a vir cumprimentar os pais e a conhecer a cria recém-nascida. Nunca se tinha ouvido por ali uma história daquelas e a vizinhança andava toda num alvoroço. Antigas inimizades foram mesmo esquecidas, só para poderem comentar o nascimento de Ursoleia.
 
– Mas que bebé tão fofinho! Tem um pêlo todo branco como o do pai, não acha D. Foca? – perguntou a raposa branca com um ar embevecido.
– Ah... Sim. Mas olhe que ela parece ser muito graciosa como a baleia – respondeu a foca um bocadinho a medo, não fosse a raposa esquecer de repente o motivo da visita e decidir que lhe estava mesmo a apetecer um lanchezinho.
– Tem razão, sim senhora, D. Foca – assentiu a morsa. – É como se fosse um urso polar com corpo de baleia. Mas é muito bonita, não é?
– Não, não! – intrometeu-se logo o pinguim empertigado. – Desculpe lá, D. Morsa, mas eu não concordo consigo. Vê-se perfeitamente que é uma baleia com um corpo de urso. Até tem umas barbatanas pequeninas...
– Então e o que me diz daquele adorável focinho de urso? E as orelhitas de urso? Já para não falar do manto de pêlo branco que tanto encantou a D. Raposa... – comentou por sua vez a orca, que gostava de semear a discórdia.
– Eu cá gosto mesmo é do nome: Ursoleia! Ursoleia! – cantou a otária, encerrando de vez a questão das parecenças porque, quanto ao nome, todos estavam de acordo – era mesmo bonito!

Os pais também andavam encantados com a sua cria metade baleia, metade urso, que cada dia lhes parecia mais encantadora.
 
– Não lambuzes a rapariga toda! Mas para que é que andas sempre a lamber-lhe o pêlo? Que exagero! Ainda acaba por ficar toda pegajosa e depois tenho de lhe dar outra vez banho! – ralhou a baleia, enquanto dava leves empurrões ao urso com a barbatana.
– Pára quieta! Estás-me a fazer cócegas! – riu-se o urso, afastando-a com a pata – Não vês que é para manter o pêlo limpo e brilhante? Não te metas! Tu cuidas da tua metade, porque eu de baleias não percebo nada, que eu cá cuido da minha, está bem?

E assim foi. Um e outro ensinaram-lhe tudo o que sabiam sobre a sua própria espécie. Ursoleia cedo aprendeu a sentir-se tão à vontade no meio das baleias no mar alto, como em terra com os ursos. A mãe ensinou Ursoleia a ser uma verdadeira baleia, a passar muito tempo debaixo de água para apanhar os deliciosos camarões que as baleias tanto apreciam e a comunicar com os restantes membros da sua numerosa família. O pai dedicou-se a ensinar Ursoleia a manter o seu pêlo sempre limpinho para se confundir com a neve branca e poder caçar melhor, a lançar rugidos ferozes para afugentar os inimigos, a abrigar-se do frio glaciar escavando buracos atrás dos montes de neve.

Ursoleia era um animal tão especial e de tão rara beleza, que tinha conseguido conquistar todos os outros habitantes que viviam naquela região do Pólo Norte. Foi rapidamente adoptada pelas diferentes famílias, sendo sempre muito bem recebida quando decidia fazer-lhes uma visita. Os filhotes de foca, otária, orca, morsa, pinguim e raposa depressa se tornaram companheiros inseparáveis de brincadeira. Agora, em vez de os seus pais serem caçadores e presas com sempre tinham sido, conviviam amigavelmente. Tão amigavelmente quanto possível, tendo em conta as antigas rivalidades.

Ursoleia cresceu e fez-se um bonito animal. Era muito engraçada e divertida, conseguindo arrancar sempre uma gargalhada por onde passava. A sua constante boa disposição tornou-se lendária e, aos poucos, os habitantes do Pólo Norte habituaram-se às suas partidas. O pinguim já não se assustava quando olhava para as suas patas e, em vez do ovo reluzente que andava a chocar, via uma bola de neve. A raposa branca tinha aprendido a desatar os nós do cordel com conchas que Ursoleia lhe atava à cauda quando a apanhava distraída. A morsa deixou de se irritar quando a via aparecer a bambolear-se muito vagarosa, com dois finos blocos de gelo presos na boca para a imitar. Passados tantos anos, a convivência entre a vizinhança mantinha-se e passavam a vida a comentar as últimas traquinices de Ursoleia.
 
– Ó Sr. Pinguim, quer ouvir o que aquela malandra se lembrou de fazer à D. Foca? – perguntou uma tarde a orca a rir.
– Então não hei-de querer saber, D. Orca! Eu gosto sempre muito de ouvir essas histórias... Até para saber o que a Ursoleia anda a tramar e não ser apanhado desprevenido!
– Bem pensado, bem pensado, Sr. Pinguim! O que eu tenho a certeza é que os pais da Ursoleia não vão achar muita piada... – deixou escapar a orca baixinho, com a barbatana a tapar a boca.
– Acha mesmo que não?! Coitadinha! – suspirou o pinguim, abanando a cabeça entristecido.
– Pois claro que não, que disparate o seu! Se fosse a sua filha o senhor provavelmente também não gostava, pois não? – recriminou a orca. – Afinal nós podemos rir porque somos tios, mas os pais não. Os pais têm de tentar educá-la. Olhe, até o senhor acha muito menos piada quando ela lhe prega partidas a si...
– Isso é diferente! Tenha paciência, D. Orca. Lembra-se da última que a velhaca me pregou, lembra-se? – atacou o pinguim furioso. – Queria ver se fosse consigo! Agora já me consigo ir rindo quando penso no assunto, mas na altura fiquei muito zangado! Pintar a minha filha mais nova toda de branco e convencê-la de que era uma Pinguleia! Sinceramente! Demorámos semanas para conseguir tirar a tinta e aquela ideia estapafúrdia da cabeça da miúda!
– Ah, foi?! – atacou novamente a orca. – Mas parece que se esqueceu, já a estava a defender! Está a ver como nem sempre tem assim tanta piada?! Quer dizer, essa última que se passou consigo foi muito bem pensada, disso não há dúvida nenhuma!
– Sabe que mais? Vou-me embora! Afinal veio contar a história ou veio implicar comigo?! Vou-me embora! – repetiu o pinguim exaltado, voltando as costas à orca. – Vossemecê, vá mas é pentear macacos para África e deixe-me em paz!

Os problemas mais sérios começaram quando Ursoleia quis arranjar um namorado e finalmente se apercebeu de que era um animal único no Pólo Norte. Os seus amigos já tinham todos encontrado o par ideal: a filha do pinguim estava casada com o primo a quem estava prometida desde que os dois eram ovos, a filha da raposa andava apaixonadíssima por um raposo tão branco como ela, o filho da morsa tinha-se encantado pela gordura da morsa do icebergue vizinho, o filho da foca, depois de uma paixão assolapada pela filha da otária que só tinha olhos para o otário do colega, tinha finalmente conhecido uma foca que, como tinha crescido num jardim zoológico, o tinha conquistado com as suas acrobacias.

E Ursoleia? Fosse porque a sua alma gémea ainda não tinha aparecido por aqueles lados, fosse porque o Cupido não tinha voltado a passar por aquelas frias paragens, a verdade é que Ursoleia ainda nunca se tinha apaixonado. Como tinha crescido a ouvir falar daquele amor à primeira vista entre os seus pais, sonhava com o dia em que isso também lhe aconteceria.

As ideias malucas e as partidas de que Ursoleia se lembrava eram tantas que, quando começou a dizer que estava a ficar farta de estar sozinha no mundo, ninguém lhe ligou nenhuma. Os animais riram-se muito no dia em que ela resolveu reuni-los para lhes comunicar que ia percorrer o mundo de lés a lés até encontrar a sua cara-metade.

– Eu sei que ele anda por aí à minha procura... – suspirou Ursoleia. – Tenho a certeza absoluta de que o meu par ideal está algures a passear por estes oceanos. Deve sentir-se tão sozinho como eu, porque nunca viu um animal igual a ele. Porque nunca encontrou um animal capaz de lhe aquecer o coração nas noites escuras e geladas, como todos vocês têm.

Ao ouvir isto, os habitantes do Pólo Norte sentiram que um vento cortante se tinha de repente levantado. Sem sequer se darem conta, chegaram-se um bocadinho mais para junto do seu par, à procura de calor e conforto. Perceberam que apesar de ter uns pais que a adoravam, uma enorme família de ursos polares e de baleias de todas as espécies e uma conflituosa vizinhança que a tinha igualmente adoptado, Ursoleia sentia falta de um companheiro. De alguém igual a ela, se é que tal animal existia mesmo.

A baleia recordou-se daquele primeiro olhar que tinha trocado com o urso, há tantos anos atrás. E o urso, que de imediato lhe adivinhou o pensamento, sussurrou-lhe baixinho:
– Está descansada. Havemos de encontrar o filho de outro casal diferente que se tenha apaixonado à primeira vista. Nem que tenhamos de ir a nado até ao Pólo Sul à procura.
– Sim, quem nos garante que não há mais nenhuma Ursoleia a pregar partidas por esse mundo fora? – respondeu-lhe a otária que estava ali perto e tinha ouvido a conversa.

Um murmúrio de aprovação percorreu os habitantes do Pólo Norte que se tinham reunido para ver partir Ursoleia em busca do seu estranho amor. Todos compreenderam que estava na altura de a deixarem crescer definitivamente. O tempo das partidas e das brincadeiras parecia ter acabado. Ursoleia tinha-se transformado numa jovem que queria encontrar alguém tão especial como ela.

– Não se preocupem comigo. Eu sei que ele anda por aí, só tenho de procurar. Se nunca tentar, não vou saber se ele existe ou não. Prometo-vos que, se daqui por um ano não tiver encontrado outro animal como eu, se não me tiver apaixonado por alguém, volto feliz para junto da minha família. Da minha família de ursos, baleias, morsas, focas, pinguins, orcas, otárias e raposas! Adeus, aproveitem bem! Tenho a certeza que este vai ser um ano muito descansado para todos vocês aqui no Pólo Norte, sem as minhas partidas para dar brilho aos vossos dias todos brancos, frios e iguais! – despediu-se Ursoleia a rir, abanando as suas barbatanas de baleia cobertas de pêlo de urso.
 
Para Ursoleia aquele ano passou depressa. Apesar de ter muitas saudades de casa, adorou conhecer novas paragens. Parecia-lhe que cada sítio por onde passava era ainda mais bonito do que o anterior. Uns locais mais frios, outros mais quentes. Uns mais brancos como a sua terra natal, outros de cores tão misteriosas que Ursoleia nem sequer sabia o nome. Brincalhona e divertida como era, conseguiu fazer inúmeros amigos e era raro o dia em que não se metia com um desconhecido. A todos relatava a sua história e perguntava se já tinham visto algum animal igual a ela. E todos lhe diziam a mesma coisa, mas Ursoleia estava decidida a percorrer o mundo de uma ponta à outra antes de desistir.

– Uma Ursoleia como a menina? Aqui na selva? Eu nunca vi! – rugiu o leão.
– Não, não vi. – assegurou-lhe o crocodilo dengoso. – Tenho a certeza absoluta, porque se tivesse visto outro animal assim tão bonito, não me esqueceria...
– De facto, agora que me fala nisso, é muito estranho! – comentou a gaivota que estava a descansar em cima de um farol. – Eu já atravessei tantos mares, tantas terras, tantos oceanos, e nunca encontrei um único bicho parecido consigo.
– Olhe, aqui pelas ruas do porto onde costumo vir à procura de restos de peixe, nunca vi. Mas também, não se pode dizer que seja um local muito frequentado por animais de grande porte, não é? – perguntou o gato vadio que andava a saltitar de barco em barco à procura de comida.

Quando se começou a aproximar o final do ano, Ursoleia decidiu que era tempo de regressar a casa. Enviou um postal a dizer que ia voltar em breve, que ia triste porque ainda não tinha encontrado o seu amor, mas a verdade é que tinha esperança de se cruzar com ele no caminho de regresso para o Pólo Norte. Ainda tinha muito oceano para percorrer antes voltar para junto da sua família.

– Como é que eles estarão? – pensava para com os seus botões. – Será que estão muito aborrecidos porque não têm ninguém para lhes pregar partidas e os fazer rir um bocado? Só de pensar nas coisas novas que tenho para lhes contar... Nem vão acreditar na quantidade de sítios e de animais estranhos que eu vi!

De facto, aquele ano tinha sido tudo menos calmo lá para os lados do Pólo Norte. Após a partida de Ursoleia, os habitantes tinham decidido que a iam ajudar na sua busca. Ela não lhes tinha pedido nada, é certo, mas era o mínimo que podiam fazer para a compensar por tantos anos de boa-disposição e alegria generosamente espalhadas à sua volta. Cada animal tinha tentado encontrar um familiar, um amigo ou um mero conhecido nos quatro cantos do mundo, a quem pudesse escrever a perguntar se já tinha ouvido falar de algum animal parecido, mesmo que remotamente, com Ursoleia. Para não haver quaisquer dúvidas, enviavam uma fotografia recente dela. Assim, durante todo aquele ano, várias fotografias de Ursoleia viajaram por esse mundo fora à procura de uma possível cara-metade.

Quando menos se esperava, já quase no final daquele ano, apareceu um estranho animal no Pólo Norte com uma fotografia de Ursoleia já muito gasta debaixo da pata. Tinha percorrido meio mundo à procura do animal de quem tinha ouvido falar pela prima do tubarão, que era vizinha da raia que tinha andado na escola com a cunhada do golfinho, cujo padrinho conhecia a empregada que a conflituosa da orca tinha despedido há três meses e que tinha imigrado para o Pólo Sul à procura de trabalho.

Era um animal único no Pólo Sul. Um animal único, ao que se sabe, no mundo inteiro. Era um animal nascido de um primeiro olhar trocado entre uma baleia macho e uma ursa polar que se tinham perdido de amores um pelo outro, para estranheza de todos os habitantes do Pólo Sul. Era nem mais, nem menos do que um Balurso!

– Quero lá saber que a Ursoleia já venha a caminho! Quero lá saber que o ano já esteja mesmo a acabar! Eu não posso esperar! Vou atrás dela! – exclamou muito aflito Balurso, quando lhe falaram do postal que Ursoleia tinha mandado. – Imaginem que ela dá de caras com outro Balurso qualquer ao virar de um icebergue? Não posso arriscar! Nem pensem! Vou-me já embora e encontro-me com ela pelo caminho.

Os habitantes do Pólo Norte ficaram muito preocupados por deixar partir aquele seu vizinho do Pólo Sul tão parecido com Ursoleia, mas não conseguiram detê-lo. Na sua correria desenfreada para encontrar a cara-metade, levava tudo à frente. E foi assim que chocou brutalmente com outro animal que nadava calmamente em sentido contrário, exactamente ao virar uma esquina de um icebergue.

– Então?! Não me digas que também reparaste que o Pólo Norte está a arder? – perguntou-lhe num tom brincalhão Ursoleia, quando conseguiu vir à tona da água depois do embate.
– A sério?! – exclamou Balurso muito assustado, virando-se aflito à espera de ver a casa da sua futura amada em chamas. – Não estou a ver nada!
– Ai, não?! Deve ser porque quem tem o fogo no rabo és tu! A correr dessa maneira, a chocar com tudo quanto é bicho marinho, mas onde é que isso já se viu?! Pareces maluco! – ralhou Ursoleia ainda um bocadinho afogueada.
– Desculpa! – apressou-se Balurso a dizer, voltando-se para ela ao perceber que estava a ser gozado e que, evidentemente, não havia fogo nenhum no horizonte.

E naquele instante, naquele preciso instante em que o olhar dos dois se cruzou, cada um deles viu no outro a metade que lhe faltava. O reconhecimento foi imediato. Finalmente tinham à sua frente um animal que não era igual, que não era da sua espécie – porque cada um deles era único – mas que se completava na perfeição. O que um tinha de baleia, o outro tinha de urso polar. Apaixonaram-se perdida e irremediavelmente. Balurso percebeu aliviado que tinha conseguido encontrá-la tempo. Ursoleia sentiu que a sua busca tinha finalmente terminado.

2 comentários:

  1. A história é gira e já a conhecia (apesar de não me chamar Diogo :-)
    Mas tens a certeza que esta Ursoleia não é um bocado autobiográfica?
    É que a Ursuleia a que me refiro, até foi, com quinze anos, das terras temperadas onde nasceu (mas tinha sido "fabricada muito mais a sul) quase para o pólo norte durante um ano.
    Não sei se não terá aí encontrado um Balurso, ou se não o terá "reconhecido", nem se terá procurado o suficiente - o que também deve ter sido complicado pelas circunstâncias da primeira família de intercâmbio e a necessidade de encontrar outra... [Ora, eis um história interessante para meteres neste blog, em flashback...]
    Voltando ao assunto, e para mostrar que os finais felizes são muitas vezes ilusórios: quando regressou às terras de partida, não estava à espera dela, nem veio cá ter, nenhum Balurso (ou terá vindo, mas ela não percebeu?) .
    E, em vez disso, encontrou um Bisonbutre (cruzamento e um bisonte com um abutre) e na inconsciência (ou necessidade) exclamou: deve ser um Balurso...
    E, depois, levou mais de 20 anos até acordar para a realidade. É que os Bisonbutres (como os escorpiões) acabam sempre por revelar a sua verdadeira natureza. E Balursos há poucos. Vai por mim...
    Arranja lá uma segunda versão da história para contares ao Vasco.
    E, reparo agora, esse sim, tem algumas semelhanças com um Balurso (ou uma Bosonteleia, isso agora já não sei...).
    Beijos para o jardim zoológico...
    E, a propósito, mais duas notas: uma, de "crítico parvo", estilo Gaspar Simões: a tua história não terá sido influenciada pelas tuas muitas visitas ao Zoo? E a outra: o que resulta do cruzamento de um Urso com uma Formiguinha? Um Ursomiga? (mas o cruzamento deste com uma baleia, podia continuar a dar...uma Ursoleia ;-)

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  2. Ah, então, é isto que os críticos literários fazem?! Pegam em factos vagos da vida do autor para à força explicarem um texto... :)

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