quarta-feira, 15 de julho de 2015

Acabaram-se as férias mãe & filhos

(nunca pensei dizer isto, mas souberam a pouco...)


 

Acabam hoje estas nossas férias mãe&filhos, que duraram três semanas. Três longaaaas semanas. É preciso que se diga que eu tinha de trabalhar nos primeiros quinze dias. Mas, como tenho um chefe para lá de bestial, pude ficar em casa na primeira semana e fazer horário completo na segunda. Este país é fantástico a encontrar soluções para quem tem filhos.

O Diogo começou por ir passar uns dias a casa de um amigo e eu pude dedicar-me exclusivamente ao Vasco. Deixei-o dormir na minha cama, que normalmente é território interdito. Fartámo-nos de passear de mãos dadas. Conversámos muito. Fizemos imensos programas a dois: fomos jantar fora, ao cinema, ver uma exposição. Fomos às compras no Luxemburgo, escolher o material escolar para o próximo ano. Calcorreámos algumas vendas de garagem, onde desencantámos bons achados. Ofereci-lhe uma caixa de Legos. Livros para as férias. Acho que lhe fez bem ter a mãe só para ele, os bichos carpinteiros da coisa pequena acalmaram um pouco. Tornou-se ainda mais meiguinho.

Quando o Diogo voltou, trazia o amigo atrás. Já percebi que os adolescentes andam sempre aos pares. Aproveitámos os dias de canícula para irmos a uma praia fluvial de sonho, pertinho de casa. A Bélgica ainda nos consegue encantar, tantos anos depois. Não é bem a praia, mas é quase, quase, como se fosse.

Na segunda semana, voltei ao trabalho decidida a recuperar o tempo perdido que me foi gentilmente oferecido. O Vasco foi para um estágio de equitação, onde aprendeu a tratar de cavalos. Fartou-se de andar a trote levantado sozinho. E de fazer disparates, evidentemente. Voltava todos os dias imundo como nunca vi. O Diogo ficou em casa com um novo amigo flamengo, enteado de uma antiga colega de faculdade. Vinte anos depois, encontrámo-nos finalmente. A vida dá voltas engraçadas. A ideia era o Slaine melhorar o seu francês e o Diogo aprender uns rudimentos de flamengo. Entenderam-se às mil maravilhas… em inglês, pois claro.

Na última semana, o Diogo foi passar uns dias a casa do Slaine, em Antuérpia. Foram os dois sozinhos, de comboio. É muito bom ver o meu adolescente ganhar asas, conquistar liberdades de gente crescida. Divertiu-se à grande, mas a única coisa que aprendeu a dizer em flamengo foi “bom apetite”. O Vasco aproveitou para recuperar alegremente o seu posto de filho único. Fomos buscar o irmão uns dias depois para começarmos a tratar da viagem. Desta vez, disse-lhe que fazia questão de passar uns dias sozinha com ele. Sem idas para casa de amigos, nem amigos cá em casa. Foi difícil, mas consegui. Soube tão bem fazer programas a três com eles. E, quando o pequeno já estava a dormir, aproveitar para ver séries e conversar calmamente com o meu adolescente preferido.

O melhor destas férias foi exactamente isso… as conversas com os meus rapazes. Perceber que gosto muito da companhia deles, de estar com eles, de falar com eles. Saber o que lhes passa pela cabeça, o que pensam sobre vários assuntos. Uns mais filosóficos, outros mais terra-a-terra. Independentemente de serem meus filhos, é importante para mim ver que os aprecio como pessoas. Gosto mesmo destes dois, têm um sentido de humor truculento que eu adoro.

E, no meio disto tudo, as visitas da família e amigos que nos encheram o coração. Patuscadas que também alimentam a alma. Idas a diferentes médicos. Burocracias sem fim. Aquelas coisas chatas que fazem parte da vida comezinha de todos os dias, férias incluídas.
 
Amanhã é outro dia. Amanhã é o dia. Vamos ter com o meu amor a Marraquexe. A aventura espera-nos...

3 comentários: