quarta-feira, 15 de junho de 2016

Prendas para um adolescente, gadgets e outras questões


(onde se dão algumas sugestões que funcionam connosco)



Um colega sem filhos, mas cheiinho de sobrinhos adolescentes, perguntou-me o que tinha oferecido ao meu filho Diogo pelos anos. Segundo ele, os miúdos actualmente só querem gadgets ou coisas de marca caríssimas. Não me parece que isso seja assim tão linear, acho que depende muito do adolescente em questão. Por outro lado, fica a dúvida: será que os jovens só querem mesmo receber esse tipo de prenda ou será que são os adultos que se limitam a seguir a lei do menor esforço? Quanto a mim, tento dar a volta ao texto...
No que diz respeito a presentes, há um ponto prévio que importa referir. Como já devo ter aqui dito inúmeras vezes, só ofereço prendas aos miúdos nos anos e no Natal. Antigamente, ainda dava qualquer coisa na Páscoa e no dia da criança. Entretanto, também me tornei belga nesse ponto (porque me convinha, vá…). No final do ano lectivo, tento fazer um programa qualquer com eles para assinalar a data, mas não me parece que mereçam prendas por terem cumprindo a sua obrigação: serem estudantes.
Posto isto, é verdade que ofereço muitas prendas aos miúdos nos anos e no Natal. Primeiro, porque o faço apenas duas vezes por ano, portanto acho que posso exagerar um bocadinho nos mimos. Segundo, porque tento compensar a ausência de outras prendas familiares para abrir. Terceiro, porque começo a comprar as prendas com meses de antecedência à medida que vejo alguma coisa engraçada e/ou que lhes faz falta, por isso, a aspecto utilitário está sempre presente. Para terem uma ideia, comprei a primeira prenda para os anos do Diogo em Fevereiro (um livro).
Mas afinal que prendas recebeu o filho grande pelos seus 15 anos?

- Um piano digital, oferecido a meias com a restante família do Diogo;
- Uma viagem mãe-filho de 4 dias a Berlim, oferta do meu amor;
- Umas calças de ganga, um polo e uma t-shirt da H&M, prendas algo oportunistas, porque de qualquer modo sou eu que lhe compro a roupa;
- Criminologia para Totós, só para ver se o tipo desiste da ideia e decide ir para Ciências…
- Gone Girl de Gillian Flynn… em inglês e em segunda mão;
- O Regresso de Sherlock Holmes de Arthur Conan Doyle, o autor de eleição do meu filho, também em segunda mão;
- Uma enormeeee caixa de chocolates, um clássico nesta casa;
- Várias prendinhas patetas, só para o fazer rir;
- Material escolar do Star Wars… dois coelhos numa cajadada só, não é verdade?
- Uma escova de dentes eléctrica, para ver se ele larga finalmente a minha;
- Uma caixa de plástico gigante com algumas coisas para o futuro Kot do Diogo (canecas, copos, panelas, uma batedeira, etc.), para ir completando nos 3 anos que lhe faltam até ir para a universidade. Penso que o conceito de “enxoval” continua a ser útil, desde que promova a igualdade de sexos e seja devidamente adaptado à realidade dos nossos dias. Nem eu terei dinheiro para lhe montar um estúdio completo quando o momento chegar, nem quero ter de andar a pedir aos amigos e vizinhos tarecos perdidos que possam dispensar (true story). A verdade é que o Diogo percebeu de imediato de que se tratava mal abriu o embrulho e adorou a ideia. Crescer também implica começar a projectar-se no futuro… 

Resumindo… Gadgets? É pá, não. A sério. Nisto assumo que sou um bocado contra-corrente. Aos 15 anos, se o Diogo precisar de um telemóvel ou de um computador para a escola, acho que me compete a mim comprar-lhe. São bens necessários actualmente, não são prendas. Escusando será dizer que acho impensável um miúdo de 9 anos ter um telemóvel. Em Setembro passado, comprei ao Diogo um iPhone 5 em promoção, porque me permite comunicar gratuitamente quando os miúdos estão em Portugal. O computador dele veio do meu trabalho, quando um colega foi despedido e deixou de ser preciso. O meu amor comprou o software necessário e actualizou-o. Se é um topo de gama? Não, mas serve perfeitamente para fazer pesquisa e os trabalhos da escola. De resto, acho que as porcarias electrónicas são de evitar ao máximo, seja qual for a idade. Principalmente, nos quartos. Só servem para os isolar e embrutecer. Nesta casa, estão restritas ao home cinema e pertencem a todos: LCD, leitores de DVD/Blu-Ray, consolas várias, etc. Nos quartos, há apenas os computadores e nada mais. O Vasco tem uma PSP e uma Tablet que utiliza unicamente para se entreter quando vamos viajar. Felizmente, nunca foi preciso proibi-lo. É um miúdo que liga muito pouco a essas coisas. Ainda tentou pedir para jogar nos nossos telemóveis, mas nós desinstalámos os jogos todos. Por isso, quando vai a algum lado, leva livros. Por outro lado, a televisão está sempre desligada nesta casa. Acho que os miúdos tendem a seguir o exemplo dos adultos que os rodeiam. Se não queremos os miúdos colados aos ecrãs, também não podemos fazê-lo. É simples. Quando vamos ao restaurante, por exemplo, levamos sempre jogos para nos entretermos enquanto esperamos. Pelo menos, comunicamos uns com os outros. Resta dizer que a gestão do tempo que o Diogo passa no iCoiso nem sempre é pacífica, mas resolve-se facilmente desligando o wifi… :)

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