sexta-feira, 22 de julho de 2016

Trabalheira


(onde uma mãe se esfalfa para um filho trabalhar)



 

O Diogo recomeçou a trabalhar esta semana e eu estou exausta! Maldita hora em que o levei ao “Salão do Emprego” em Vielsalm, no final de Fevereiro! Se arrependimento matasse…

São os quilómetros calcorreados para o ir levar e buscar ao restaurante, sempre a horas diferentes. É o stress em que vivo porque tenho sempre medo de baralhar os horários e de me esquecer do rapaz. É o virote em que ando em plenas férias, a tentar encaixar programas com o mais pequeno que se coadunem com os horários tresloucados do grande. É a farda que tem de se lavar. É a farda que tem nódoas de molho que não saem. É a farda que não seca a tempo. São os amigos que telefonam a combinar coisas e lá me meto outra vez no carro para ir levá-lo a algum sítio, porque é jovem e tem de aproveitar. “Toma lá dinheiro que te pode dar a fome…” E, depois, tenho de ficar acordada à espera que chegue, pois é suficientemente crescido para fazer noitadas, mas ainda não é suficientemente crescido para eu me poder ir deitar sem o ver são e salvo em casa. São os pesadelos que tenho com ele a afiar facas. É o “Viste se já recebeste?”. É o “E já assinaste novo contrato?”. É o “Vê lá se não te esqueces de pedir o horário para a semana!”. É o “Tens sempre de apontar as horas que fazes!” São os relatos minuciosos de tudo o que se passa que tenho de ouvir atenta, para o ajudar a entrar neste novo mundo do trabalho.

O que vale é que filho grande anda muito feliz. Bastante menos cansado do que na primeira semana. E no outro dia, quando o fui buscar, disse que tinha sentido saudades minhas. Agradece efusivamente as boleias. E as tarefas que sabe que fazemos por ele. Além disso, parece que há Pokémons nas redondezas do restaurante e até mesmo na câmara frigorífica… Aquilo é um trabalho de ouro!

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