quarta-feira, 28 de junho de 2017

Na minha Commune

(onde a vida floresce e se cuida da natureza)


Digo muitas vezes que me volto a apaixonar por este país todos os Outonos, quando a natureza nos oferece um espectáculo de cores lindíssimo. Mas também poderia perfeitamente dizer que me volto a apaixonar pela minha commune todos os Verões. Quando o calor aparece ainda meio tímido, Vielsalm renasce. As entradas e os parapeitos das casas enchem-se de flores. A câmara instala canteiros nas ruas e no cimo dos candeeiros. E hotéis para insectos. Os monumentos dedicados às duas Grandes Guerras são limpos e engalanados. Como todas as vilas e aldeolas perdidas das Ardenas, Vielsalm também sofreu muito com a guerra e a memória quer-se bem presente nas novas gerações. Os miúdos voltam a andar em grupos pelas ruas, vinte ou mais em fila, com um só professor à cabeça. É normal a escola vir para a rua, quando o tempo assim o permite. Vão ver exposições, buscar livros à biblioteca, fazer ginástica em frente ao lago ou simplesmente passear. No outro dia, a directora da escola do Vasco invadiu a esplanada em frente à nossa casa com os pequeninos da creche para comer um gelado. Os pais nunca são avisados destas saídas e é sempre engraçado deparar-me com o Vasco a meio do dia, sem estar à espera.

Este ano, houve novas alterações que me agradaram especialmente. Todo o caminho à volta do lago foi arranjado. Construíram espaços de piquenique, bancos de madeira com canteiros e instalaram maquinetas para fazer exercício. Apesar de correr por ali quase diariamente, ainda não tive coragem de os experimentar… contrariamente aos velhotes todos da commune! Na zona do lago dedicada à pesca, construíram um espaço específico para as cadeiras de rodas, abrindo a actividade a um novo leque de utilizadores normalmente afastados destas lides. Além disso, ao longo das ruas, foram criadas hortas públicas com ervas aromáticas e pequenos legumes biológicos, onde a população se pode servir. Segundo me explicou um trabalhador da câmara oriundo de um centro de refugiados, há um cuidado especial em manter os insectos e abelhas da commune durante a época de polonização, pelo que não são utilizados quaisquer pesticidas. E eu que pensava que as flores que nos invadem nesta época eram apenas uma questão estética!










Sem comentários:

Enviar um comentário