quarta-feira, 1 de junho de 2016

40 ans… ça se fête!

(onde se pensa ter descoberto o mistério e se acaba surpreendido)



Acertei em cheio na surpresa que os homens da casa prepararam para os meus 40 anos! O meu amor diz que é impossível surpreender-me, mas engana-se. Eles conseguiram espantar-me durante todo o fim-de-semana. A verdadeira surpresa não foi o destino final da viagem, foi o cuidado com que prepararam tudo ao mais ínfimo pormenor. Foram dois dias recheados de pequenas surpresas, dos melhores da minha vida.

[ Vê-se pouca televisão, nesta casa. Mas há um programa que o Vasco e eu adoramos: "Une Saison au Zoo". É uma espécie de reality show sem competição, nem prémios. Sem vencedores, nem vencidos. Passa-se no Zoo de la Flèche, onde podemos acompanhar o quotidiano dos tratadores e animais neste jardim zoológico, na região de Angers, em França. Foi aqui que passámos o dia dos meus anos... e valeu bem as sete horas de viagem. Algo que não se percebe na série e que nos espantou imenso foi o aspecto não comercial do zoo. Não há lojas, nem quiosques no parque. Não se vê gente a tentar impingir coisas a meio dos espectáculos. Há uma lojinha à saída e uma pequena área de restauração. O mais estranho é que existem imensas esplanadas e áreas cobertas para as pessoas se instalarem a comer o farnel que trouxeram de casa... Nós, que não tínhamos levado nada, ficámos um bocado perdidos. Ali, o que interessa são os animais. Tudo o resto é acessório. ]



[ Eis dois bons exemplos das "jaulas" deste Zoo. Por vezes, torna-se difícil encontrar os animais, que se perdem e confundem com a natureza envolvente. Se pensarmos bem, La Flèche não têm gorilas como o Zoo de Lisboa ou pandas como o Pairi Daiza, na Bélgica. Provavelmente não é o Zoo mais espectacular à face da terra, mas tem um ambiente único. O lema deles é "conhecer melhor para cuidar melhor" e isso sente-se nos mínimos detalhes. Não vi um único animal com aquele comportamento típico dos bichos enjaulados, olhar perdido e movimentos repetitivos. Atualmente, existem tantas espécies ameaçadas ou em vias de extinção que o trabalho desenvolvido neste zoo é essencial. ]


[ Esta é uma das razões pela qual ansiava vir ao Zoo de la Flèche... o urso polar, o meu animal preferido! Mal entrámos, obriguei-os literalmente a correr para assistirmos à alimentação dos ursos no tanque vidrado. O espaço exterior é enormeeee! Tem uma mini floresta com um tapete de gelo e um tanque gigante. Um dos meus sonhos era ver um urso polar a nadar, fiquei completamente derretida. ]

[ Neste zoo, os tratadores são as estrelas da companhia. Aliás, vêem-se imensas crianças com um livrinho de autógrafos a correr atrás deles. No final de cada apresentação, os tratadores ficavam por ali a responder às questões dos miúdos. Como não podia deixar de ser, o Vasco massacrava-os sempre com perguntas. Pensei que fosse uma desculpa para falar com as pessoas que vemos há anos atrás das câmaras, mas depressa percebi que eram questões bastante pertinentes. Acabámos por aprender imenso. Muito do sucesso do programa e do próprio zoo deve-se a esta equipa de jovens coesa e motivada. ]


[ Por sorte, cruzámo-nos diversas vezes com uma família que estava a treinar um cão-guia. Foi muito engraçado ver a reação dos outros animais quando ele se aproximava, principalmente a alcateia de lobos... outro dos meus animais preferidos. ]


[ Um dos trabalhos desenvolvidos pelos tratadores no Zoo de la Flèche consiste no "treino médico". Todos os animais aprendem a deixar-se examinar e tratar, sem ser necessário adormecê-los. Na série, vimos que pode ser extremamente útil, quando estão doentes ou feridos. No zoo, assistimos a imensas interacções e à alimentação dos animais, mas espetáculos propriamente ditos, não há muitos. Os bichos não são tratados como animais de circo. ]


[ Nunca tínhamos visto morcegos... ficámos encantados por conhecer a verdadeira "Batcave"! São uns bichos adoráveis. ]

[ Grande parte do dia foi uma espécie de "Onde está o Wally?", à procura da bicharada. ]

[ Fizemos ambas as viagens de ida e volta debaixo de uma chuva torrencial... no dia D estava um sol resplandecente e um calorzinho mesmo bom. Filho grande está cada vez mais belga... apanhou um escaldão! O tigre também devia estar com calor, porque andou o dia todo atrás das sombras... ]

[ O vivarium fez as delícias dos dois homens grandes. Estas serpentes tinham um ar bem mais vivo do que as de Marrocos... ]

[ As várias espécies de papagaios andavam todas à solta, porque os espaços são abertos. ]

[ Para quem vê a série e conhece o trabalho de bastidores no início da Primavera, é giríssimo ver o espectáculo das aves. A passarada ainda não perdeu o peso todo que ganhou no Inverno e as coisas nem sempre correm tão bem como esperado. Seja como for, as aves do Zoo de la Flèche são impressionantes. ]

[ Ver a alegria dos tratadores e a cumplicidade que têm com os animais é um espectáculo em si. Esta é a Barbara, a chefe do sector das aves, uma das nossas preferidas. ]

[ Não é por nada, mas não me parece que entrasse nesta saída de emergência... ]


[ Os rapazes acharam que era muito parecida com esta mãe chimpazé! ]

[ Uma família de leões brancos com três filhotes a dormirem a sesta. Um dos leõezinhos, às vezes, levantava-se só para ir chatear a mãe... ]
 
[ Fiquei impressionada com o espaço dos elefantes, onde todas as tardes um dos tratadores vai encher uma poça de lama. Tivemos a sorte de ver um dos elefantes a tomar um banho de lama com a tromba, qual National Geografic. ]

[ Passei o dia a ser mimada pelos meus homens, que estavam uns melados. Filho grande está tãooooo grande! ]


[ Eis o Diogo reincarnado num chimpazé... mal recebeu a comida, afastou-se do grupo para comer em paz! No Zoo de la Flèche, a comida está muitas vezes escondida ou pendurada nas árvores, dentro de melancias com furinhos ou embrulhada em folhas. Além disso, todos os animais têm brinquedos... os chimpazés, por exemplo, tinham peluches. A ideia é quebrar ao máximo a rotina e oferecer-lhes novas experiências. ]


[ Estes jovens ursos ficaram imenso tempo à luta. A coisa parecia mesmo séria, mas afinal são brincadeiras juvenis, segundo explicou o tratador. ] 
[ Chegámos ao hotel derreados, no final do dia. Na recepção, perguntaram qual de nós fazia anos, porque tinham visto a decoração esmerada do quarto... ]


[ Enquanto eu tomava banho, os homens vestiram-se a rigor à socapa. O meu amor vestiu a farda de oficial da marinha e parecia outro... Ia morrendo de susto, quando o vi todo aperaltado. Ainda bem que já se reformou, porque o mulherio em Angers parava à sua passagem... O Vasco também ficou apaixonado pela farda! ]


[ Ei-los todos bonitos e sorridentes! Esta foi outra das minhas prendas: a felicidade que o meu amor lhes proporcionou com todas estas pequenas surpresas. O Diogo adorou ir pela primeira vez a um restaurante "de luxo", sentiu-se todo importante. ]


[ Eu vesti o meu vestido de princesa, mas acho que não fiquei à altura da beleza masculina da tribo. O Vasco realizou o seu sonho de usar um laço como o James Bond, que o meu amor comprou propositadamente para a ocasião. ]

[ Tivemos direito a champanhe verdadeiro sem álcool... vantagens de se viver num país onde há uma grande comunidade árabe! O meu amor deu largas aos seus talentos culinários: génoise com ganache de chocolate e amêndoas com glaçage de frutos vermelhos. Estava delicioso! O pessoal do hotel também foi presenteado como uma fatia... a rapariga da recepção estava tão impressionada com as surpresas, a decoração, o bolo e a farda, que tive medo que me roubasse o marinheiro! ]


[ Fui muito mimada pelos meus homens, recebi imensas prendas! Principalmente, recebi a prenda que andava a namorar há anos... os Palladium que fizeram as delícias dos meus 15 anos! Foi o meu filho Diogo que vasculhou mundos e fundos até os descobrir, e foram pagos a meias entre todos (embora, segundo conste, o Vasco ficasse com o queixo a tremer, quando viu toda a sua fortuna partir). ]

[ No dia seguinte, pensei que não houvesse mais surpresas, mas enganei-me. Esperava-me uma visita por Angers, pela qual me apaixonei perdidamente. Ficou prometida uma viagem mais longa ao Pays de la Loire, para visitarmos os castelos lindíssimos nas margens do rio. Parámos para comer um delicioso crepe... estar em França e não nos lambuzarmos de crepes era quase um sacrilégio. O filho grande começou a entrar em stress, nesse momento. Está à beira dos exames e já anda bastante enervado. Decidimos desistir da última surpresa que me esperava: uma visita ao Cadre Noir, a escola de equitação nacional francesa. Sou sincera, custou-me horrores. Seria mais um sonho tornado realidade, mas pronto... valores filiais mais altos se levantaram. Ficou a intenção do meu amor, que provou ser possível apaixonarmo-nos muitas vezes pela mesma pessoa. ]


2 comentários:

  1. Já levo um atraso de uma semana mas não queria deixar de a parabenizar por esta data tão bem comemorada! Fazer 40 anos não custa nada quando se tem uma equipa a trabalhar para os celebrar... Um enorme abraço "imaginário" e votos de que muitas surpresas apareçam saídas desses profissionais do ramo! Ah, e a razão do atraso prende-se com a descoberta do país que tinha evitado conhecer, a sua vizinha Alemanha: gostei (apesar da chuva na viagem no Reno e em algumas cidades) e voltei a enamorar-me de Berlim, acho que é uma cidade com "boa onda"!

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    1. Obrigada, Mariana. Foi muito especial mesmo! Ainda bem que temos um bom cartão de visita de Berlim... parece que será a próxima viagem mãe-filho grande. :D

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