segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O covil dos corsários em Saint-Malo

(onde se descobre o banditismo legal e se aproveita o sol)


Saint-Malo foi fundada no século I a.C., tendo sido posteriormente fortificada pelos romanos. A partir do século VI, esta cidade portuária da Bretanha adquiriu uma considerável importância religiosa, graças ao seu mosteiro. As imponentes muralhas que rodeiam a cidadela foram inclusivamente mandadas construir por um bispo, no século XII. Durante a Idade Média, Saint Malo prosperou devido à actividade comercial do porto e ao controle que exercia no canal da Mancha. O apogeu da cidade ocorreu nos séculos XVI e XVII, graças aos corsários que, ao serviço do rei de França, pilhavam e afundavam os navios espanhóis e ingleses com o objectivo de cortar as vias marítimas comerciais dos países inimigos. Apesar de 80% da cidadela ter ficado destruída com os bombardeamentos dos Aliados no final da Segunda Guerra mundial, que visava destruir os últimos pontos de resistência alemã, foi reconstruída respeitando a traça antiga.

Como não podia deixar de ser, o nosso marinheiro de serviço quis dar-nos a conhecer este antro da pirataria legal. A parte antiga de Saint-Malo situa-se na zona Intra Muros... que dá acesso directo a uma espécie de regresso ao passado. Tivemos a sorte de estar um dia lindíssimo, quente e solarengo. Dito assim, parece uma descrição banal. Mas acreditem que, para quem vive na Terra do Frio, apanhar um dia destes em Novembro é uma raridade de valor inestimável. Saint-Malo cativou-nos pela sua história rocambolesca, pela bonita cidadela antiga, pela paisagem a perder de vista. E pelos deliciosos crepes típicos da Bretanha, claro. Mas admito que tudo isto pode ter sido elevado ao expoente máximo pelo calorzinho que nos fez lagartar ao sol durante o longo percurso pelas muralhas.





















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