terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Tornar-se fundamentalista II

(porque me parece que ficaram algumas coisas por dizer)



Tornar-se adolescente é um processo complexo. Perfeitamente normal, absolutamente enternecedor. Ainda assim, complexo. Sobretudo quando cedo se apresenta um desenvolvimento bem acima da idade real. Uma capacidade de empatia e uma sensibilidade raras, que nos diferenciam de imediato dos pares.

Ser emigrante exige uma enorme capacidade de adaptação, que passa pela aceitação de novas referências culturais sem nunca perder de vista as nossas origens.

Ser vítima de uma constante tentativa de alienação parental por parte de um dos pais, que critica de forma profundamente fundamentalista o quadro de vida do outro, é dilacerante.

Se somarmos estes três factores, estamos perante um desafio considerável. Um desafio que poucos conseguiriam ultrapassar. O Diogo é um verdadeiro herói, que todos os dias dá mostras de uma coragem e de um equilíbrio sem precedentes. Sinto um orgulho imenso neste meu filho. O caminho que estamos a trilhar nem sempre é fácil, mas tenho a certeza absoluta que de terá um desfecho feliz.
 

[ No primeiro post que escrevi, pretendi também levantar o véu para o facto de que o tema da facilidade com que os adolescentes – os adolescentes emigrantes, em particular – podem ser seduzidos quando lhes acenam com certezas absolutas… a tal Verdade. E que isto é perigoso. Muitíssimo perigoso. E, infelizmente, actual. ]

2 comentários:

  1. A alienação parental deve ser uma das maiores formas de violência psicológica que conheço. E magoa mais que muitos socos e bofetadas...

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  2. Concordo, Naná. Ainda por cima, sendo uma forma de manipulação perfeitamente sádica, que dificulta imenso o outro progenitor de se defender sem atacar.

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