quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Daquela coisa… como dizer? Auto-estima

(onde se serve um post a nu)

 

Como sempre, aproveitei a ida a Portugal para comprar lingerie. Não é que seja mais barata. Ou que haja mais variedade de escolha. Ou que seja mais bonita. Mas é mais pequena. Consideravelmente mais pequena.

Neste país, as mulheres são todas grandes. Quer dizer, não é só uma questão de tamanho. Até porque o meu ponto de comparação é – sejamos realistas – bastante diminuto. As mulheres nórdicas são não apenas grandes, como têm uma estrutura óssea que acompanha aquele tamanho todo. Dos pés à cabeça, literalmente. Depois de terem filhos (um, dois, três, quatro…), ficam ainda maiores. Não é exactamente gordas, é mesmo maiores, mais largas.

Encontrar roupa para mim, no meio deste amplo universo feminino, não é tarefa fácil. Calçado, muito menos. Sinto-me uma liliputiana no país do Gulliver. Eu, que sempre fui rechonchuda mas nem sempre tive uma relação pacífica com as gordurinhas, ainda me espanto com o tamanho da roupa que se vende por aqui. Pura e simplesmente, não há números 34. Mesmo o 36 é uma raridade, inclusivamente nos sapatos. Pior, por vezes até se encontram números mais pequenos… mas, depois, percebe-se que foram inflaccionados. Ou seja, o número indicado na etiqueta é pequeno, mas a roupa é grande. É uma coisa um bocado surreal, que faz milagres pela auto-estima de uma mulher.

Deve ser esta auto-estima adquirida juntamente com o estatuto de emigrante que me permite ficar em amena cavaqueira com o ginecologista, nos preparos diminutos que estas consultas normalmente exigem. Por aqui, não há cá batas, nem lençóis a tapar pudicamente aquilo que vai ser analisado com minúcia. Nem assistentes a velar pelo rigor científico do olhar. Uma pessoa fica para ali, tal como veio ao mundo. E é exactamente assim que, depois de inspeccionados os interiores, se senta na marquesa e continua a discussão. Tal como se estivesse no café, mas em trajes menores... muito menores. Ou sem trajes, vá...

4 comentários:

  1. E ano nível do estilo? Não há Inditex nas redondezas?
    Já eu tive uma agradável surpresa nesse domínio nos EUA graças aos tamanhos petite e aos meios números de sapato. Haja reconhecimento da variedade!

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  2. Isso não é coisa que se veja muito por estas bandas. No máximo, tenho uma HM a 15 min. daqui, no Luxemburgo. Mas admito que não tenho pachorra para andar em grandes lojas. Duas vezes por ano, vou à Primark em Liège comprar aquelas coisas básicas para os miúdos. É um sacrifício. Se não, aqui, há muitas lojas em segunda-mão bem fixes... :)

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  3. Quem manda ter corpinho de princesinha?!

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  4. LOL, Naná! Sou apenas bem mais pequenina que esta gente... :)

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