(porque
há coisas tão boas nesta nova vida)
Mal
acabou de jantar, o Vasco levantou-se. Sem cerimónias, instalou-se no colo do
meu amor. Como faz todas as noites. Agarrou-lhe na cara com as duas mãos e
disse: “Sabes que eu te amo?”. “Obrigada. Eu também te amo”, respondeu-lhe
o outro enternecido. E isto, para dois seres que inventaram todo um ritual de
salamaleques codificados para demonstrarem o afecto que sentem um pelo outro,
foi muito. Para mim, foi tudo. Foi um passarinho a cantar dentro do meu peito,
mais uma vez.
Por
vezes, o Vasco engana-se. Mas nunca lhe chama “papa”. Porque isso é outra
coisa. Quando se engana, o filho pequeno chama-lhe “maman”. Porque é disso que se trata. Nesta casa, somos duas mães.
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