(onde se descobre o banditismo legal e se aproveita o sol)
Saint-Malo
foi fundada no século I a.C., tendo sido posteriormente fortificada pelos
romanos. A partir do século VI, esta cidade portuária da Bretanha adquiriu uma considerável
importância religiosa, graças ao seu mosteiro. As imponentes muralhas que
rodeiam a cidadela foram inclusivamente mandadas construir por um bispo, no
século XII. Durante a Idade Média, Saint Malo prosperou devido à actividade
comercial do porto e ao controle que exercia no canal da Mancha. O apogeu da
cidade ocorreu nos séculos XVI e XVII, graças aos corsários que, ao serviço do
rei de França, pilhavam e afundavam os navios espanhóis e ingleses com o
objectivo de cortar as vias marítimas comerciais dos países inimigos. Apesar de 80% da cidadela
ter ficado destruída com os bombardeamentos dos Aliados no final da Segunda
Guerra mundial, que visava destruir os últimos pontos de resistência alemã, foi
reconstruída respeitando a traça antiga.
Como
não podia deixar de ser, o nosso marinheiro de serviço quis dar-nos a conhecer
este antro da pirataria legal. A parte antiga de Saint-Malo situa-se na zona Intra Muros... que dá acesso directo a uma espécie de regresso ao passado. Tivemos a sorte de estar um dia lindíssimo,
quente e solarengo. Dito assim, parece uma descrição banal. Mas acreditem que,
para quem vive na Terra do Frio, apanhar um dia destes em Novembro é uma
raridade de valor inestimável. Saint-Malo cativou-nos pela sua história
rocambolesca, pela bonita cidadela antiga, pela paisagem a perder de vista. E pelos deliciosos crepes típicos da Bretanha, claro. Mas
admito que tudo isto pode ter sido elevado ao expoente máximo pelo calorzinho que nos fez lagartar ao sol durante o longo percurso pelas muralhas.
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