(onde percebemos que o tempo foi infinitamente generoso connosco)
A
primeira viagem que o meu amor e eu fizemos foi ao Mont Saint-Michel, no longínquo
Fevereiro de 2013. Os miúdos tinham ido passar as férias de Carnaval a Portugal.
Guardo dessa viagem a França um sentimento ambivalente. A doçura de começar uma
relação, de descobrir o outro. De nos apaixonarmos todos os dias um bocadinho
mais. A estranheza de estarmos finalmente a sós.
Não
estava nos nossos planos estas férias visitar o Mont Saint-Michel. Mas em todas
as lojinhas se via postais com aquelas imagens belíssimas e o Diogo acabou por perguntar
se estávamos longe. Achámos que se justificava fazer um pequeno desvio para
lhes dar a conhecer este mítico ilhote rochoso. Foi engraçado ver a reacção de
espanto dos rapazes quando nos começamos a aproximar da baía e a abadia
imponente imerge no cimo do monte. Como é um local repleto de turistas, optámos
por chegar bem cedo e partir antes da invasão. Deste modo, conseguimos visitar
tranquilamente a vilazinha incrustada na rocha, no sopé da abadia. As lojas são
muito turísticas, é certo. Mas os rapazes ficaram absolutamente encantados com a
panóplia de armas expostas. Para eles, foi um espectáculo por si só. Para nós,
foi um doce regresso ao passado. No final, o meu amor puxou-me para ele e
murmurou-me ao ouvido: “Tenho tanto orgulho por tudo o que conseguiste alcançar
neste últimos quatro anos. Venceste todas as batalhas, uma por uma. És a pessoa
mais corajosa e forte que conheço.”
Nunca
teria acreditado se alguém me dissesse que, um dia, voltaria ao Mont
Saint-Michel em família… com o mesmo homem por quem continuo perdidamente
apaixonada, com o mesmo cão pateta e com os meus dois filhos já crescidos. Foi um
momento mágico, num local onde o maravilhoso está omnipresente.
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