(ou como uma decisão aos 15 anos pode
mudar a nossa vida)
Aos
15 anos decidi fazer um programa de intercâmbio da YFU, só para adiar um ano a
escolha da minha área de estudos. Escolhi ir para Inglaterra, fui parar à
Bélgica. Queria melhorar o meu inglês, acabei por aprender francês. A família
de acolhimento perfeita, escolhida pela organização, afinal era
completamente doida. Mudei-me para casa de uma família com 5 filhos para quem
fazia babysitting, que vivia numa
aldeia longe de tudo, a braços com o desemprego. Considero-os como a
minha família, são os meus “pais” e “irmãos” belgas. Nunca perdemos contacto,
passei muitas férias na Bélgica. Hoje, são “avós” e “tios” dos meus filhos. São
a minha rede de apoio aqui. Para quem emigra sozinha com duas crianças é
importante saber que, caso aconteça alguma coisa, há quem assegure os
serviços mínimos de manutenção.
Por
isso, quando decidi partir, a escolha pareceu-me lógica. A Bélgica fica apenas
a 2500 km de Portugal, podia vir de carro. Fica no coração da Europa e
oferece uma visão cosmopolita do mundo, como sempre sonhei dar aos miúdos. Se
não arranjasse trabalho na região de Liège, em pouco mais de uma hora estava em
França, na Holanda, na Alemanha ou no Luxemburgo, abrindo assim o leque de
hipóteses. É um país onde quem domina quatro línguas podia facilmente
arranjar emprego, com leis de protecção à família bastante boas. Para além de
ser um país onde ainda se ganha bem, tendo em conta o panorama europeu, e que
não tem os problemas sociais da França.
[Claro que tudo isto acabou por se revelar
bem mais complicado do que inicialmente supus, mas isso é outra história…]
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