(onde
se compreende que o mais importante é o Halloween)
O
Vasco, mais conhecido por coisa pequena (ou petite
chose), nunca esteve doente na vida. Nunca teve febre, em quase 7 anos de
existência. Mentira. Quando tinha 2 meses apanhou um vírus respiratório, que o
ia levando desta para melhor e nos obrigou a passar uma temporada na Estefânia.
Lugar muito agradável, que me deixou os primeiros cabelos brancos. Mas, pronto,
excepto isso nunca teve nada. A especialidade do pequeno terrorista é partir
coisas: cabeças (dele e de um colega), o queixo, a boca toda... e, agora, um
pé.
Anteontem,
a jogar à bola no recreio fez uma defesa aparatosa e caiu. Levantou-se (com as
calças rasgadas) e continuou a jogar. Ontem ainda andou a trepar às árvores
depois da escola. Mas o pé continuava a doer “um bocadinho”. Fomos ao hospital
e lá veio o veredicto: está quase, quase partido. Coisa para dar umas dores
insuportáveis (hum, hum…). Tem gesso
até ao joelho e tem de ficar de repouso, no mínimo, dez dias (há-de ser certo…). As canadianas são uma
potencial arma de arremesso e a cadeira de rodas um kart adaptado (ambos testados
ainda antes de sairmos do hospital). Prevêem-se dias animados, nesta casa.
O
Diogo tentava animar-me… “Ó mãe, pelo menos, já não tens de comprar um fato
para o Halloween. Ele pode mascarar-se de múmia!”. De repente, a coisa pequena
pareceu cair em si, pela primeira vez. Mandou um grito, aflito: “Nãoooo! Bolas! E, agora, como é que vou levar o saco dos doces no desfile de
Halloween?!?!”. Responde o irmão: “Cala-te, parvo! De cadeira de rodas vão
dar-me muito mais doces!” Suspiro aliviado da coisa pequena.
[Juro que só não lhes dei com a porcaria das
canadianas em cima porque tinha uma enfermeira à minha frente.]
Não podes dizer que a tua vida é monótona. Com esses dois rapazes, é impossível.
ResponderEliminarNão me digas nada, Sofia! Na 6a feira, quando o fui buscar à escola, o Vasco estava de castigo. Ainda perguntei a medo como era possível que tivesse asneirado se anda de cadeira de rodas... Parece que andou a usar a cadeira como se fosse um carrinho de choque para chocar contra as paredes no recreio! Bahhh!
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