sexta-feira, 11 de julho de 2014

O menino e os bichos


(das coisas que me emocionam)


 
Nunca fui muito de procurar parecenças entre mim e os meus filhos. Nunca me agradou a ideia de andar a criar “mini-eus”. Faz-me uma certa confusão, admito. Cultivo a singularidade de cada um deles. Aquilo que os torna únicos. As pequenas idiossincrasias. Mas, por vezes, olho para o Vasco e não consigo deixar de recuar no tempo. De me lembrar de mim, quando era criança. Somos bastante parecidos, ao ponto de o Vasco já nos ter confundido em várias fotografias. E sem dúvida que também temos personalidades semelhantes. Por isso, sorrio quando o vejo rodeado de bicharada. Eu que sempre adorei animais e que nunca pude dar azo a este amor, porque vivia no centro de Lisboa. O Vasco tem um jeito especial para os animais. Sempre teve. Não tem medo nenhum, por maior ou mais selvagem que seja o bicho. Faz as coisas mais improváveis e escapa sempre ileso. Passa por baixo dos cavalos. Pega em minhocas peludas. Faz festas ao cisne do lago. Deixa uma família de caracoletas subirem por ele acima. Dá beijinhos a tudo quanto mexe. E emociona-se.














[ Sim, sim… estão a ver bem! Aquela coisa preta enormeeee ao colo do Vasco é mesmo o nosso porquinho-da-índia, o Dó Ré Mi. Continua feioso e mariquinhas, mas cresceu desmesuradamente. Ah... e dizer que o Peanuts é um coelho-anão também é um eufemismo. ]

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