(onde
se mostra um cão feliz… e não se fotografa mais nada)
Uma
das últimas escapadas românticas que fizemos foi exatamente a Ostende, não há
muito tempo atrás. Juntamente com Antuérpia, são duas cidades costeiras
lindíssimas da Flandres cuja visita é incontornável. Desta vez, preferimos explorar
a zona da costa com o cão, sem entrar na cidade. Visitámos igualmente outras
pequenas localidades ali à volta, que povoam as memórias estivais de infância
do meu amor. Uma das coisas que mais gosto na Bélgica é o respeito pelos
animais. Os cães não só podem entrar em todo o lado, como são muitíssimo bem-recebidos.
Nos raros sítios onde não podem entrar, há locais próprios para os deixarmos
amarrados. E em quase todos os cafés há uma tigela de água à disposição. D.
Fuas Roupinho passeia muito pouco connosco, porque é uma criatura selvagem e
enérgica. Completamente cega e surda. Principalmente, caçadora de tudo quando
mexa. Mas decidimos encher-nos de coragem e soltámo-lo na praia de Ostende, ao entardecer.
Com as dunas escarpadas de um lado e o mar do outro, achámos que não havia
muito por onde pudesse fugir. Apesar de sabermos que nunca vem quando o chamamos,
pensámos que havia de cansar-se algures entre Ostente de De Haan. A realidade
superou largamente as expectativas. A transbordar de felicidade canina, D. Fuas
correu como um doido, atirou-se ao mar atrás das gaivotas, escalou dunas, rebolou
na areia… sem nunca deixar de nos ir controlando. Sempre que deixávamos de o
ver, acabava por voltar para trás para nos apanhar. Chamámo-lo por duas vezes,
quando vimos uns cães com um aspecto mais ameaçador e, surpreendentemente, ele
veio de imediato. Se em vez de vivermos no meio da floresta das Ardenas, vivêssemos
na costa flamenga, tínhamos ali um companheiro de aventuras à altura.
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