sexta-feira, 8 de abril de 2016

Crónicas do “plat pays” – Ostende

(onde se mostra um cão feliz… e não se fotografa mais nada)


 
Uma das últimas escapadas românticas que fizemos foi exatamente a Ostende, não há muito tempo atrás. Juntamente com Antuérpia, são duas cidades costeiras lindíssimas da Flandres cuja visita é incontornável. Desta vez, preferimos explorar a zona da costa com o cão, sem entrar na cidade. Visitámos igualmente outras pequenas localidades ali à volta, que povoam as memórias estivais de infância do meu amor. Uma das coisas que mais gosto na Bélgica é o respeito pelos animais. Os cães não só podem entrar em todo o lado, como são muitíssimo bem-recebidos. Nos raros sítios onde não podem entrar, há locais próprios para os deixarmos amarrados. E em quase todos os cafés há uma tigela de água à disposição. D. Fuas Roupinho passeia muito pouco connosco, porque é uma criatura selvagem e enérgica. Completamente cega e surda. Principalmente, caçadora de tudo quando mexa. Mas decidimos encher-nos de coragem e soltámo-lo na praia de Ostende, ao entardecer. Com as dunas escarpadas de um lado e o mar do outro, achámos que não havia muito por onde pudesse fugir. Apesar de sabermos que nunca vem quando o chamamos, pensámos que havia de cansar-se algures entre Ostente de De Haan. A realidade superou largamente as expectativas. A transbordar de felicidade canina, D. Fuas correu como um doido, atirou-se ao mar atrás das gaivotas, escalou dunas, rebolou na areia… sem nunca deixar de nos ir controlando. Sempre que deixávamos de o ver, acabava por voltar para trás para nos apanhar. Chamámo-lo por duas vezes, quando vimos uns cães com um aspecto mais ameaçador e, surpreendentemente, ele veio de imediato. Se em vez de vivermos no meio da floresta das Ardenas, vivêssemos na costa flamenga, tínhamos ali um companheiro de aventuras à altura.








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