(onde se tenta falar de sopas e outros assuntos se intrometem)
A
minha amiga Christine comprou uma soup
maker. Não, esperem… a minha amiga Christine herdou uma soup maker da nossa vizinha maluca. Não
só se fartava depressa dos animais, como se fartava ainda mais depressa dos gadgets. Infelizmente, a mim só me
calhava a bicharada caída em desgraça. Confesso que teria trocado de bom grado
o Peanuts pela soup maker, pela qual
me apaixonei de imediato. Entretanto, também me apaixonei pelo Peanuts. Mas,
sejamos honestos, a coisa levou o seu tempo. Tipo, muito tempo. Aquele coelho diabólico não é uma criatura fácil
de amar, embora tenha acalmado com o tempo. OK…
não foi o tempo. Acalmou quando o começámos a soltar no quintal. Eu sempre
disse que aquele monstro era selvagem. E acalmou mais um bocadinho quando o
começámos a estrafegar de mimo. A razão pela qual as coisas se passaram por
esta ordem, e não a inversa, é que era muito difícil estrafegar um coelho
selvagem. Primeiro, teve de amansar um bocadinho. Um bom bocado, vá…
Voltando
à história da soup maker, pela qual
me apaixonei. Na minha imaginação, aquilo era o El Dorado das “Sopas Do Que Havia” (no frigorífico). As únicas que
eu sabia fazer. Nunca fui grande sopeira. A verdade é que não gosto muito de
sopas, portanto o meu interesse pela temática nunca foi devidamente explorado.
Até começarmos a viver a quatro. E o meu amor começar a elogiar as minhas
sopas. E eu decidir estar à altura dos elogios. E os rapazes começarem a
elogiar as minhas sopas, criando o mito de que sou boa sopeira. Uma excelente
sopeira. A melhor sopeira. A dada altura, dei por mim a suar as estopinhas para
não me estatelar do pedestal abaixo. Farta de viver na mentira da personagem
criada pelos homens da casa, fui obrigada a tornar-me boa sopeira (para os
parâmetros bem mais exigente de quem, efectivamente, não aprecia sopa). Não
contentes, as marabuntas começaram a exigir sopa às refeições. Mais sopa. Fora
das refeições também. E, para piorar ainda mais a situação, começaram a exigir
sopas específicas. Já não lhes chegava o tupperware enorme, que durava dias,
com sopas inventadas. Habituei-os mal, foi o que foi.
Como estava a ver a minha vidinha a andar para trás, no que às sopas diz respeito, decidi arregaçar as mangas. O que, no meu caso específico, significa fazer o périplo das lojas em segunda mão. Uma soup maker nova da Phillips custa cerca de 90 euros. Nem morta daria este valor astronómico por um gadget. Ainda se me aspirasse a casa ou limpasse o pó… nááá, nem assim! Os miúdos fazem o mesmo gratuitamente. Portanto, a soup maker tinha mesmo de ser baratinha. [Eu não devia dizer estas coisas aqui… logo à noite, já devo ter uns três e-mails à minha espera a acusar-me de levar uma vida miserável, de cultivar o miserabilismo e de educar miseravelmente os meus filhos. A tónica é a miséria, não sei já perceberam. Ou será a misséria? Hum… parece-me que é mais a mizéria. Diz que é do Acordo Ortográfico e nós fingimos que acreditamos. Bom… não me vou dispersar novamente. Voltarei um dia destes ao assunto que, acreditem, bem merece um belo post. Ó, plo menus, 1 lizta izaustiva currijida dos diverços termus utilisados, pra deichar de me sintir insoltada ântes memo de xegar aos verdaderos insoltus. Percebe-ram? Se calhare tambêm devía de apruveitar pra re-ver a conjugassão. Adiante.]
Como estava a ver a minha vidinha a andar para trás, no que às sopas diz respeito, decidi arregaçar as mangas. O que, no meu caso específico, significa fazer o périplo das lojas em segunda mão. Uma soup maker nova da Phillips custa cerca de 90 euros. Nem morta daria este valor astronómico por um gadget. Ainda se me aspirasse a casa ou limpasse o pó… nááá, nem assim! Os miúdos fazem o mesmo gratuitamente. Portanto, a soup maker tinha mesmo de ser baratinha. [Eu não devia dizer estas coisas aqui… logo à noite, já devo ter uns três e-mails à minha espera a acusar-me de levar uma vida miserável, de cultivar o miserabilismo e de educar miseravelmente os meus filhos. A tónica é a miséria, não sei já perceberam. Ou será a misséria? Hum… parece-me que é mais a mizéria. Diz que é do Acordo Ortográfico e nós fingimos que acreditamos. Bom… não me vou dispersar novamente. Voltarei um dia destes ao assunto que, acreditem, bem merece um belo post. Ó, plo menus, 1 lizta izaustiva currijida dos diverços termus utilisados, pra deichar de me sintir insoltada ântes memo de xegar aos verdaderos insoltus. Percebe-ram? Se calhare tambêm devía de apruveitar pra re-ver a conjugassão. Adiante.]
Por
coincidência, no dia em que a endocrinologista disse que o Vasco tinha de se
enfrascar em sopa para saciar a fome desmesurada à refeição, encontrei uma soup maker como nova por um preço
convidativo: 30 euros. Não encontrei o telemóvel que andava à procura para a
coisa pequena, mas saí da loja aos pulinhos. O meu amor olhou para mim de lado.
Creio que a única coisa que ele recorda dos tempos da vizinha maluca é a
quantidade de bichos que nos entraram casa adentro. Nunca lhe devo ter dito que
invejava a Christine por ter conseguido ficar com o gadget das sopas. Claro que andava a gabar o aparelho há seculos,
mas ele respondia sempre que era melhor investirmos numa boa panela de pressão.
É um descrente das maravilhas dos avanços tecnológicos. Além disso, reparou de
imediato que a soup maker não vinha
com livro de instruções. Nada que não se resolvesse com uns vídeos no youtube,
argumentei.
E,
de facto, muitooooos vídeos depois, a
minha soup maker estava a trabalhar. [Agora,
vou fingir que sou daquelas bloggers
que narra uma historieta familiar para vos impingir um produto publicitário
qualquer] A coitada já deve ter amaldiçoado o momento em que veio parar a esta
casa, porque nunca mais teve descanso. O único defeito que tenho a apontar-lhe
é o tamanho reduzido. Faz sopas para 5 pessoas, se ninguém repetir. Para nós, é
pouco. [OK, concedo que, se quero vender correctamente o produto, talvez não
devesse ter começado por aqui…] Excepto isso, estou rendida. Uma pessoa atira para
lá os legumes cortados à toa e ela faz tudo sozinha, em apenas 20 minutos.
Aquece, mexe, tritura e, no final, mantém quente. Se gostarmos das sopas com
pedaços, também há essa opção. Ah… e faz isto tudo quase em silêncio absoluto.
É fantástica. Principalmente para quem ocupa a placa toda com tacho e panelas,
porque gosta de acompanhar as refeições com legumes variados à parte. [Já estou
a melhorar, hein? Se calhar ainda tenho futuro neste mundo da publicidade
bloguística] Resta dizer que a soup maker
também faz smoothies e compotas.
Ainda só experimentei esta última e também fiquei satisfeita. Como sou
niquenta, acho que o programa dura pouco tempo e lanço-o novamente. Mas, para
quem gosta de doces tipo geleia, mais líquidos, fica uma delícia!
[
as minhas fotografias não fazem definitivamente jus ao bicho, por isso roubei
estas na net ]
Uma grande risada antes da caminha...A par das correções gramatico-linguísticas! Sinto que não me vou apaixonar por máquinas culinárias: sou dona de uma Bimby há 13 anos e já não me lembro há quanto tempo não a ligo! Adorei esse papel de cozinheira ideal, em competição com as bloggers que estão mesmo em "concurso" aqui na terra...Boa noite e parabéns!
ResponderEliminarA Bimby é coisa que não existe por aqui, embora talvez houvesse mercado. Quer dizer, tinha de ser maior porque a malta na Bélgica tem mais filhos! Mas eu também acho que não seria grande fã, Mariana. Gosto muito de cozinhar... sopas é que nem por isso! :p
EliminarUm beijinho de bom-dia!