(e
estamos tão felizes!!!)
Não
a encontrei na Net, nem numa agência ou num jornal. Encontrei-a por acaso, quando
andava a passear com uma amiga em Vielsalm, num dos primeiros fins-de-semana de
sol que anunciavam a Primavera. Com os miúdos a correrem à nossa frente. E, de
repente, uma fachada amarela que me sorria, com um número de telefone.
Na
verdade, foi a primeira casa que visitei. Éramos cem cães a um osso e fiquei em
lista de espera. Pronto… éramos só dez, mas mesmo assim éramos demasiados. Ficar
em lista de espera, quer literalmente dizer que o proprietário vai ficar à
espera que apareça alguém melhor. Aparecer alguém melhor do que uma mulher com
um part-time, sozinha com dois
rapazes e um cão, não é difícil. Até porque o senhor avisou logo que não aceitava
animais. Claro que D. Fuas é um cão já muito velhinho (de 4 anos), do tamanho
de um gato (gigante), que quase não ladra (excepto a estranhos, homens
cinquentões, gatos e coelhos). Um animal muito asseado (só faz chichi no chão
quando lhe ralhamos). Um cão modelo, portanto. Coisa de somenos importância.
Foi
uma visita um bocadinho estranha. O proprietário explicou que o apartamento
ainda era habitado. Por um homem solteiro. Um jovem. Que não estava em casa e que obviamente não a tinha arrumado. Obviamente.
Portanto, a visita foi feita por entre meias espalhadas pelo chão, garrafas
vazias de cerveja e canecas sujas. O quarto parecia que tinha sido palco de
noitadas animadas. A cozinha cheia de loiça empilhada com restos de comida. Na
sala, havia roupa a secar um pouco por todo o lado. As paredes precisavam de
uma boa pintura. O pequeno pátio repleto de vasos de flores mortas.
Mas
a casa tinha potencial. O preço era bom. Tinha garagem e quintal. E dois
quartos. Eu podia continuar a dormir na sala, mas os miúdos iam finalmente ter
um quarto para cada um deles. E eu ia ter paz. Por isso, fiquei toda contente
quando, no final da entrevista, o proprietário disse que me punha nos
primeiros lugares da lista. Tinha de esperar pelo final do mês para saber a
decisão final.
Na
segunda-feira, quando fui buscar o Diogo à escola, vi o proprietário a fazer
uns arranjos à porta de casa. Decidi parar para perguntar se já tinha uma
resposta. Tinha, sim, senhora. Tinha escolhido um casalinho jovem. Mas tinha
uma boa notícia para mim. O apartamento do lado também ia vagar. E era maior. Ele já tinha
começado a isolar parte do sótão para fazer mais um quarto para nós. Se prometêssemos
cuidar do jardim enorme, também podíamos ficar com aquela parte do terreno.
Que o pátio era capaz de ser pequeno para o nosso cão. Mas que ele mantinha o
mesmo preço do apartamento mais pequeno ao lado.
Só não me atasquei ao homem por vergonha. O Diogo, que entretanto veio ter
connosco, estava louco de alegria. A casa fica tão perto da escola, que ele pode
sair ao primeiro toque e chegar antes do segundo.
Apesar de já estarmos atrasados para o solfejo, aproveitámos
para visitar o apartamento. Também ainda está habitado. Só que por um casal
mais velho. Foi engraçado descobrir uma casa igual à primeira, mas tão
diferente. Tudo limpo, tudo arrumado. Parecia muito maior. Enorme. Mais
luminosa. As paredes têm umas cores algo garridas, mas a pintura está
impecável. Uma casa pronta a habitar. Linda de morrer. Quatro andares só para
nós. Um quintal a perder de vista. Um quarto no sótão que o proprietário está
gentilmente a arranjar e que o Diogo escolheu de imediato. E outro quartinho ao
lado, que mais tarde posso arranjar para as visitas.
Nós
parecíamos uns parvinhos. Incrédulos. A rir. Devo ter agradecido umas mil
vezes ao proprietário por nos ter escolhido. Espero que os próximos dois meses passem
a voar. Para nós podermos dar mais um passo em frente nesta nossa reconstrução de
vida.
Boa Sorte para a casa nova!
ResponderEliminarGosto muito de vos acompanhar. :)
Obrigada, ddm. Sabe muito bem estar acompanhada! :)
ResponderEliminarParabéns, boa sorte, entrada com o pé direito...Fico a torcer por mais um passo tão importante de uns "amigos" imaginados...E escolheram uma terra que parece de postal!
ResponderEliminarQue querida, Mariana B! Obrigada! :)
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