(porque
diz que me tem andado a ler…)
Filhote,
Faz
de conta que isto é uma carta. Uma espécie de carta moderna. Aberta ao mundo,
mas só entre nós os dois. Mãe e filho grande. Mais longa do que os sms que
costumo enviar. Mais íntima do que as conversas que normalmente temos.
Tenho
saudades tuas. Muitas. Estás longe, mas pertinho de mim. Penso em ti todos os
dias, várias vezes por dia. Trago-te aconchegado no meu coração. Às vezes, vejo
alguma coisa que me faz pensar em ti e penso… “Não me posso esquecer de contar
isto ao Guga.” E depois passa. Deixa lá, não deve ser nada importante.
O
essencial já tu sabes. E eu também já to disse. Tu sabes quem sou, por isso não
acredites em tudo o que te dizem. Sobretudo, não te chateies com coisas sem
importância. Não te preocupes. Tu conheces-me. Sabes melhor do que ninguém a
vida que levamos. O resto é conversa. Trata mas é de te divertir, que é para
isso que as férias servem. Esquece o resto. Depois, quando voltares, nós
falamos. Se quiseres. Se precisares. Depois, quando voltares, enroscamo-nos os
dois no sofá e ficará tudo bem.
Gostei
de saber que andavas a ler o meu blog. Quer dizer, primeiro achei um bocadinho
estranho. Depois, passou. Aquilo que aqui está somos nós, as nossas histórias
de todos os dias. A nossa vivência. Mas nós somos muito mais do que isto. Sempre
que um assunto podia ser mais sensível, perguntei-te se podia escrever sobre
isso. Mas do meu ponto de vista, claro. Nem sempre isento, nem sempre o mais
correcto. Vai ser engraçado discutir contigo, saber qual a tua opinião. Eu
gosto de ouvir a tua opinião. Emocionou-me ouvir-te dizer que eu escrevia muito
bem. Isso quer dizer que já tens sensibilidade para ver a forma, não apenas o
conteúdo. As palavras têm um certo poder, sabes?
Espero
que gostes do que lês. Espero que consigas ver o quanto és importante para mim.
O quanto eu te amo. O orgulho que sinto em ser tua mãe. O quanto me questiono
todos os dias. O meu papel não é fácil. Mas sei que o teu também não é. Tenho
aprendido muito contigo à medida que cresces. E tenho crescido contigo. Tu és um
miúdo fora de série. É um privilégio ser tua mãe.
Beijinhos,
Mãe.
Melhor do que muitos ovos de chocolate e vários saquinhos de amêndoas que poderiam estar à espera do Guga...E é verdade, as palavras têm (um certo) muito poder: as suas valem muito!
ResponderEliminarCarta bonita :)
ResponderEliminarOh meu Deus, que coisa mais linda :)
ResponderEliminar