quinta-feira, 21 de maio de 2015

Como se apazigua o pranto de um passarinho?

(ficam as últimas imagens encantadoras)

  


Tinha aqui guardadas no computador estas fotografias absolutamente deliciosas que tirei no fim-de-semana passado. Estava à espera de ter um bocadinho de tempo livre para escrever um postmais um post – sobre este animal fantástico que era o Loulou branco, rebaptizado Gizmo. Supostamente a estrela do momento seria a recém-chegada porquinha Constança, mas o nosso passarinho roubou-lhe o protagonismo. Com uma paciência rara nele, o Vasco também conseguiu acabar por cativá-lo. Nos últimos tempos, passavam muito tempo juntos nestas brincadeiras.
 







Quis o destino que estas fossem as últimas fotografias do Loulou branco, que morreu esta noite. Há uns tempos, magoou-se na cauda, não sabemos bem como. Durante semanas, evitámos pegar-lhe de maneira a sarar tranquilamente. Já parecia melhor, embora andasse muito sonolento. O meu amor, que antes de se dedicar à oceanografia estudou para ser veterinário, acha que ele morreu com uma diarreia súbita causada por um vírus. Ainda ontem, andou a passear no meu ombro feliz da vida…

Todos nós estamos tristes, claro. O Vasco está destroçado. Mas o que me parte mesmo o coração é a aflição do Loulou amarelo. Nunca tinha visto nada assim. Embora inicialmente só quiséssemos um periquito, acabámos por trazer estes dois porque nos comoveu a ligação que tinham. Pareciam apaixonados, sempre colados, sempre aos beijinhos. Agora só resta um, que ainda não aceitou que o companheiro partiu e não pára de o chamar. Está há horas a piar, numa espécie de som binário. Um som de apelo desolador. E eu não sei o que fazer. Como se apazigua o pranto de um passarinho?

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