segunda-feira, 30 de maio de 2016

Fome de quê?

(porque mais importante do que as respostas, são as perguntas...)

 


Fiz 40 anos. Quatro décadas. É difícil acreditar. Sinto que já vivi muitas vidas, mas não tenho a seriedade requerida. Espero nunca vir a ter. Ando a fazer o caminho ao contrário. Era muito mais velha aos 25 anos do que sou agora. Levava o mundo às costas. Era uma chata. Queria controlar tudo. Tinha muitas certezas. E um futuro todo traçado. Aos poucos, tenho aprendido a libertar-me. A não me levar muito a sério. A praticar o desapego. A viajar ligeirinha, como se quer. Preciso de tão pouco para ser feliz! Preciso dos meus. E de tempo. Tudo o resto é acessório. Por este andar, ainda espero vir a ser uma velha gaiteira. Trabalho alegremente para isso. Espero cumprir-me.
Mais importante do que as respostas, são as perguntas. A pergunta. “Você tem fome de quê?” Tenho fome dos meus filhos. Sempre. A tribo. Tenho fome do meu compagnon de route. Porque juntos somos melhores. Tenho fome de gente. Dos meus. Tenho fome de mundo. Tenho fome de viajar. De aprender mais, ver mais, ler mais, ouvir mais. Rir mais. Tenho fome de compreender. De apreender. Tenho fome de mudança. De ter poucas certezas. Tenho fome de escrever. Tenho fome de fazer coisas. De fazer amigos. Tenho fome de aventura. De peripécias. Principalmente, tenho fome de ter fome. Mais importante do que realizar sonhos, é ter sonhos. E eu tenho fome de sonhos.

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