(onde se reconhece um filho num postal inusitado)
Ontem,
quando chegámos das mini-férias mãe-filho crescido, tínhamos à nossa espera na caixa do
correio uma carta da nossa coisa pequena! Não utilizou os postais que o irmão
lhe comprou, fez-nos uma ferradura cheiinha de corações coloridos que dizia: “Salut
tout le monde”. Somos só três, mas somos o mundo dele. Fiquei com o coração
mesmo quentinho! Espero que tenha recebido o postal que lhe mandámos de Berlim.
Contou
que tinha feito teatro e tocado harpa (?!). Que já sabia montar perfeitamente a
cavalo sozinho. Que tinha feito imensos jogos com os monitores. Que comiam uma
refeição quente uma vez por dia… entre parênteses especificou que era ao jantar
(é tão Tuga, senhores!). Que cantavam e que se divertiam. Depois, uma frase
mais ambígua: “J’ai été malade pour de faux”. Não sei bem como interpretar isto…
será que ficou doente com um qualquer mal-estar psicossomático que os monitores
perceberam? Será que vomitou e depois não era nada? (coisa pequena consegue
chorar, dar gargalhadas e vomitar a pedido, como um actor profissional) O Diogo
acha que ele interpretou uma personagem doente, quando fez teatro. Hum, não fiquei muito convencida… Acho
mais que ele fez literalmente teatro e foi apanhado.
No
final, um post-scriptum ternurento: “Vous
me manquez”. E esqueceu-se de assinar. Mas aquela letra é inconfundível, apesar
de se ver que fez um esforço hercúleo para domesticar a mão trapalhona. Além
disso, só deu um erro. O francês é uma língua complexa, fiquei surpreendida. A
professora bem ralhou comigo quando critiquei a nota dos exames externos.
Já
só falta um dia. Mal posso esperar. Estou deserta de o lambuzar de beijos (bem
sei que terei de me conter até entrarmos no carro para não o envergonhar à
frente dos novos amigos). Tenho a certeza de que virá completamente rouco,
imundo e feliz da vida. Vai ser engraçado assistir ao espectáculo de equitação e,
depois, vir caminho todo a ouvi-lo contar as novidades.
A "coisa pequena" é bom cliente dos Correios, como destinatário nos anos e como escrevinhador de notícias de metade de uma semana! E é tão bom receber notícias sem serem enviadas de uma empresa! Desejo muitos abraços e beijos lambuzados de saudades...e um grande espectáculo de equitação! Beijos, mãe Rita!
ResponderEliminarÉ verdade, hoje em dia nos Correios só chegam facturas e cartas a tentar vender alguma coisa. Ainda que há o Vasco para equilibrar! :) Beijinhos, Mariana.
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