terça-feira, 9 de agosto de 2016

Chegou o dia

(onde se mostra que há esperança para as mães-galinha)



Finalmente chegou o dia em que consigo passar o mês de Agosto sem ter o coração nas mãos. Os rapazes estão há dez dias em Portugal e, pela primeira vez, estou em paz. Não digo que não sinta saudades, que sinto. Até sinto algumas saudades antecipadas, porque sei que ainda temos vinte dias de separação pela frente. Mas também sinto uma tranquilidade que assenta no facto de saber que já são crescidos, que estão bem e que vão voltar. Desta vez, não tenho qualquer dúvida de que vão voltar, felizes por regressarem a casa. Já ninguém os conseguirá convencer do contrário. E, após o necessário reajustamento, depressa tudo voltará ao normal.

Este meu novo estado de espírito faz com que até me esqueça de lhes telefonar. É certo que nunca fui de ligar todos os dias, porque sei os efeitos que isso tem no quotidiano deles. A ditadura do telefonema diário é uma realidade na vida dos meus filhos há anos. E é extremamente cansativo para todos nós. Por isso, sempre me esforcei por ligar apenas de dois em dois dias. E ainda achava demasiado, mas não conseguia mesmo controlar-me. Precisava de os ouvir. De tentar certificar-me de que estavam bem. Mas, entretanto, os rapazes cresceram. E nós também. Estas férias de Verão são eles que me ligam, que andam atrás de mim. “Ó mãe, então não telefonas?!”  “Não queres falar connosco?!”  Querer, quero. Já não sinto é necessidade. Sei que estão bem. Posso aproveitar.

Finalmente sou a Rita, não apenas a mãe do Diogo e do Vasco. Sou a Rita, namorada do Pascal. Pronto… não vos vou enganar. Sou a Rita, namorada do Pascal e tradutora nas horas livres (e nas ocupadas também). Sem deixar de ser a irmã do Pedro, que me largou aqui o cão. E a vizinha da Nancy, que me deixou os pássaros e as cobras…

4 comentários:

  1. Prazer em encontrar esta Rita, com menos carga às costas...vá lá, só com um mini Zoo! Beijinhos

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    1. Uiii... a carga para estes lado não anda nada ligeira, mas a mente anda mais pacífica. Beijo, Mariana.

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