(porque de nada vale conhecer o mundo,
quando não se conhece as suas origens)
Nestas
férias de Verão, viajei para quatro países diferentes: Alemanha, Dinamarca, Suécia
e Portugal. Não contando com o nosso país do coração, a Bélgica. Ah… e o Luxemburgo,
que fica mesmo aqui ao lado, onde fazemos compras e atestamos o depósito
semanalmente. Bem vistas as coisas, num espaço de apenas um mês, estive em seis
países, sendo que dois foram estreias absolutas no meu mapa-múndi. Ou seja, Julho
foi um mês de verdadeira rambóia. O Diogo também visitou estes mesmos seis países.
O Vasco não foi connosco a Berlim, para seu grande desgosto, mas foi à Holanda com
a avó. O meu amor trocou de boa vontade a Alemanha, que não aprecia por aí além,
pela sua adorada Itália. Acho que posso dizer com toda a propriedade que, este ano,
a tribo teve umas férias de Verão em cheio, em diferentes longitudes. Não há
nada que nos dê maior satisfação do que dar a conhecer o mundo aos rapazes.
Alargar-lhes os horizontes.
Se
durante o mês de Agosto, quando estão de férias em Portugal, os meus filhos passeassem
tanto pelo seu país como passeiam pelo mundo afora connosco… seriam umas crianças
verdadeiramente afortunadas! Infelizmente, não é o caso. Após quatro anos, já
percebemos que Portugal está restrito à zona de Lisboa e a uma terriola imutável
no Algarve. Pelo que já ficou decidido que, a nossa próxima prioridade, é dar a
conhecer o país aos “emigras” pequenos. Ninguém pode ser cidadão do mundo
quando não conhece as suas origens. O meu sonho era alugar uma autocaravana e calcorrear
o Norte com eles. Vá… e percorrer também a costa da Galiza, que é lindíssima. Ou
ir até aos Açores. Hum… temos 300
dias pela frente para sonharmos com as próximas férias. Sonhar também faz parte
da viagem. Aliás, uma das melhores partes da viagem é alinhavar o projecto. Pesquisar.
Recolher informações. Comparar preços. Medir distâncias. Poupar dinheiro.
Há
muitas formas de família. Cada uma saberá o que resulta melhor para si. Cada
uma saberá onde acha mais importante “investir”. Há quem pense que o melhor
investimento é alargando a própria célula familiar, oferecendo muitos irmãos
aos filhos. Há quem pense que a segurança de um vasto património imobiliário é
que é importante. Ou a estabilidade de um bom emprego. A exibição de um estilo
de vida desafogado. A acumulação de bens. Há famílias que valorizam o tempo.
Uma vida centrípeta. Campestre, em conexão com a natureza. Ou urbana. Há
famílias que giram à volta de valores espirituais. Nós escolhemos investir no
conhecimento do mundo. Da geografia humana e da geografia física. Cultural. Política.
Da geografia dos afectos. Podemos não ter a televisão do vizinho. Podemos não
ter o carro do vizinho (neste preciso momento, não temos mesmo nenhum). Podemos
não ter muitos bens materiais. Em nossa casa há apenas o essencial. Não se
acumula nada. Tudo o que está a mais vendemos ou damos a quem precisa. E
investimos tudo o que temos em viagens. Não temos muito, não se pense. Mas
felizmente nascemos numa época em que já se consegue viajar por pouco.
Assim haja vontade e organização. Daí começarmos já a planear as próximas
férias. Nunca é demasiado cedo para sonhar.
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