(onde se dá uma prenda e quase resolvemos um crime)
Não
é que tenha desistido de dar prendas aos homens da casa mas, desde que comecei
a oferecer experiências, fiquei rendida à ideia. Digo “experiências” à falta de
melhor termo. Na verdade, cabe praticamente tudo nesta definição: assinatura de
uma revista, adopção de um bebé gorila na Dian Fossey Foundation, uma viagem, um
voo de parapente, uma entrada num parque temático, bilhetes para a época
2016/17 da Opéra Royal de Wallonie, etc. À partida, parece muito mais caro do
que ousaríamos imaginar. E poderíamos ficar com aquela sensação de que,
terminada a experiência, não fica nada “que se veja”. Ou que são prendas que só
agradam a adultos, porque os miúdos preferem sempre um pássaro na mão do que
dois a voar. Daquilo que posso aferir da nossa experiência pessoal, tem sido um
sucesso que superou largamente as expectativas.
Como
expliquei aqui, nos últimos meses, andámos atarefados a poupar como
formiguinhas. Uma das primeiras coisas de que prescindimos foi dos nossos
passeios de fim-de-semana. Sinceramente, estava convencida de que o meu amor
nem sequer ia dar por isso, que o adolescente ia ficar todo contente a hibernar
na solidão das suas masmorras e que a coisa pequena se ia entreter bastante bem
no quintal. Não me podia ter enganado mais. Percebi que, aos poucos, esses
momentos se tornaram essenciais à vivência da tribo. Ninguém se queixou de
nenhum dos cortes orçamentais... excepto das nossas saídas.
Deste
modo, no nosso aniversário, voltei a oferecer uma surpresa ao meu amor. Uma experiência
nova que pudéssemos fazer em família, para matar saudades dos nossos passeios
de fim-de-semana. O Diogo era o único que sabia ao que ia. O Belga só sabia que
ia resolver um crime, o que o conseguiu deixar um nadinha apreensivo semanas a
fio. O pequeno não sabia coisa nenhuma, caso contrário desbroncava-se à
primeira oportunidade… OK, haveria de criar uma oportunidade para se desbroncar!
Fomos até Liège, ao Get Out. Trata-se de um franchising francês de sucesso que
três jovens de Bruxelas decidiram abrir há pouco tempo na cidade ardente. Marcar
uma data foi um verdadeiro quebra-cabeças, porque estava tudo esgotadíssimo.
Felizmente, tinha enviado para lá um e-mail a perguntar se poderiam abrir uma
excepção para deixar entrar o Vasco e eles acabaram por organizar tudo de forma
muitíssimo prestável. Não foi exactamente barato, mas valeu mesmo a pena. Há
muito tempo que não nos divertíamos tanto.
A
experiência do Live Escape Game consiste em ficar fechado 60 minutos numa sala,
onde há uma série de indícios para decifrar em equipa. Uma pista conduz a outra
e, assim sucessivamente, até se conseguir decifrar o enigma final e sair da sala. A
equipa do Get Out Liège aconselhou-nos a escolher o “Affaire Cunningham”, por
ser mais fácil para o Vasco. O objectivo era descobrirmos por que motivo o
inspector Cunningham tinha desaparecido no decurso de uma investigação sobre
uma série de assassinatos. Escusado será dizer que o filho grande, futuro
criminologista, estava feito filho pequeno. Sendo que o verdadeiro filho
pequeno estava igual a si mesmo. O Belga estava um bocado às aranhas, porque
tinha caído ali de pára-quedas e ainda estava a processar a informação toda. E eu já
me tinha arrependido da minha ideia peregrina, ainda aquilo não tinha começado.
Ou seja, demorámos um bocado a perceber como funcionava o jogo e a organizar-nos
como equipa… Mas, depois, lá conseguimos ir resolvendo os enigmas todos que
davam acesso à segunda sala. Houve algumas discussões pelo meio, porque o facto
de ter o cronómetro a contar fazia subir a pressão. Quando estávamos mesmo
muito enrascados, o maître du jeu, que nos seguia do exterior através de uma câmara, entrava em contacto connosco através de um ecrã
para nos dar uma pequena pista adicional. Já no final do jogo, demorámos uma eternidade a
atinar com diversos transparentes que, bem posicionados, tinham de projectar um
número na parede para desbloquear um cadeado que encerrava mais uma pista. E,
depois, não percebemos que tínhamos aberto uma última porta, escondida na
parede… onde se situava o enigma final para resolver o caso.
Resumindo
e concluindo, não conseguimos terminar o Escape Game. Por assim dizer, morremos
na praia, o que foi ainda mais desesperante. Pronto… podia ser aldrabona e
dizer que foi desesperante só para os miúdos, porque os adultos estavam na
desportiva. Mentira. À medida que o tempo diminuía, a tribo toda conseguiu
ficar no mesmo estado de excitação. Quando o maître du jeu entrou no final,
para nos dizer que o tempo tinha terminado e que tínhamos perdido, íamos
matando a desgraçada! Mal ouvimos as explicações finais do crime não resolvido.
Estranhamente, a nossa decepção só durou uns minutos. Ainda não tínhamos entrado
no carro, já estávamos todos a dizer que tínhamos absolutamente de voltar para
fazer o segundo jogo proposto pelo Get Out Liège. Ou noutro sítio qualquer,
que a malta é viajada! Acho que ficou ali um bichinho… Apesar de tudo, fomos
muito elogiados pelo maître du jeu, pelo espírito de equipa e sagacidade. Na
altura, pensámos que era um daqueles elogios da praxe que todos os perdedores recebem, independentemente do resultado.
Só quando cheguei a casa e fui espreitar a página deles no Facebook, é que
percebi que a maioria das equipas exclusivamente adultas (e muito maiores do que
a nossa) quase nunca consegue resolver o seu primeiro Escape Game. Bem vistas as coisas, éramos dois adultos, um adolescente e uma criança, completamente inexperientes neste tipo de aventura, e só nos faltou resolver o último enigma. Portanto, até nem devemos ser nada maus e já nos estamos a
preparar para outra, em breve!
The GetOut mind! Leisure activity and
cohesion game in Liege
The team investigation
game in Liege :
The Live Escape Game GetOut ! Liege is
done to test your skills to the cohesion and team play. During this breakout
game scale, your detective insight and your team are your best allies to leave
the room full of clues. To leave the room within 60 minutes have elapsed, it
is necessary to build a strong team. Take the clues available, analyze them
and put them in touch. From the perspective of each and every inspector 's
opinion gradually emerge the key to the puzzle. The success of your
investigation comes from the multitude of clues around you, but also from your
spirit of cohesion during the game to understand the meaning and relationship
of each clue.
Full immersion in this
cohesion's activity :
A scenario worthy of the best thrillers
takes you into a room... where you are locked. You are 3-6 people, now
detectives, who must use their ability to act as a cohesive team and to unravel
the mysteries of clues left. If only one team on both solves the plot, it is
also because of the stress situation in which you need to act. The master of
the game is outside of the team room and sees all, hears all. It has the
ability to interact with you, you provide advice, but will he do? Your only
certainty from the beginning to the end of the game is the countdown 60
minutes. It is little given the magnitude of this puzzle. Will you make it in
time?
1999, Scotland Yard. Commissioner J. Cunningham has
just disappeared.
You walk into his office and go looking for him.
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