(onde se percebe que ir só ali beber um café
implica atravessar uma fronteira e mudar
completamente de clima)
Nesta
família não imperam as regras imutáveis, inquestionáveis. Contudo há uma que se
sobrepõe a todas as outras. Digamos que é a nossa “Regra Número 1”. Sempre que está
sol – mesmo que seja só uma nesguinha – largamos tudo o que estamos a fazer e aproveitamos. Nem sempre está mau tempo aqui, mas os dias de sol são raros.
Felizmente, ontem foi um desses dias. Portanto, nada de limpezas, trabalhos de
casa, consolas ou televisão. Fomos passear, um bocadinho à aventura, como de
costume.
Há
uns tempos atrás, estivemos em Trier, na Alemanha, e atravessámos o Luxemburgo.
Uma cidadezinha ficou-me gravada na memória, porque me pareceu ter uma série de
coisas portuguesas: Clervaux, a uns 40 minutos daqui. E como ontem estava capaz
de matar por uma bica, decidi ir até lá. Não vi nenhum café português… mas
descobri uma mercearia! Foi como entrar noutra dimensão, onde toda a gente
falava português e as prateleiras só tinham produtos da nossa terra. Comemos
pães com chouriço e pastéis de nata, com sumo de manga da Compal, que nos
souberam pela vida. Deixámo-nos levar pela loucura e enchemos um carrinho de
compras com as coisas de que temos mais saudades: Nestum, rebuçados do Dr.
Bayard, enchidos e queijos, arroz carolino, conservas, broa de milho, grelos, massa
de pimentão, etc. Ainda por cima, pareceu-me que os preços seriam semelhantes aos praticados em Portugal.
E,
depois, passeámos. Ouve-se falar português em todo o lado, parece que estamos
em casa. Clervaux é uma cidadezinha muito bonita, vale a pena a viagem. Tem um castelo
fora do vulgar e uma igreja enorme lindíssima. Imensas ruas e ruelas quase sem
trânsito, com casinhas muito engraçadas. De vez em quando, vê-se uma mais garrida e desconfio logo que ali vivem portugueses. Um museu sobre a Batalha das Ardenas
que merece uma espreitadela... é o terceiro que visitamos, estamos a ficar uns
especialistas! E outro sobre os castelos e brasões no Luxemburgo, com muitas maquetes
pequeninas que fizeram as delícias do Vasco. Já sabemos qual será o nosso próximo
destino, porque nos apaixonámos por um castelo igual aos dos contos de fadas…
[
Bom, para sermos completamente, honestos… o sol radiante da Bélgica desapareceu
mal entrámos no Luxemburgo. E acabei por não beber uma bica. Mas não faz mal,
o imprevisto faz parte dos nossos passeios de fim-de-semana. Digamos que
é a nossa “Regra Número 2”. ]
Gosto muito da vossa regra nº1 :)
ResponderEliminarHá 10 anos atrás passei um semestre em Trier. Se quiseres conhecer mais coisas bonitas por essa zona da Alemanha, vale a pena Koblenz, Cochem, Saarburg (na verdade, todo o vale do Reno e do Mosela é muito bonito).
Foste mesmo às compras tugas, caraças!
ResponderEliminar@ Obrigada pelas dicas, Gralha! Mal tivermos tempo, havemos de lá ir...
ResponderEliminar@ Mel, viste que nem o óleo de cedro nos escapou?! :)
Os ingleses (pelo menos os londrinos) também seguem a vossa regra número 1. Mas contentam-se em ir para um dos inúmeros parques verdes e porem-se "à vontade". E é vê-los ao fim de semana nos jardins com os filhos e os cães. E, mesmo nos dias de semana, no intervalo do trabalho, vêem-se senhoras muito arranjadas, a sentarem, porem-se em roupa interior e deitarem-se ao sol enquanto comem a sua sandes de almoço... Espero que não tornem essa a vossa regra número três, pois sair à aventura é muito mais interessante e muito mais educativo ;-)
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