(onde se aproveita também para fazer um rápido rewind
do ano que passou)
O
Amigo Imaginário celebrou um ano de existência. Aproximamo-nos das 25 mil
visualizações. Continuo surpreendida com o facto de um blog familiar ser lido
por tanta gente por esse mundo fora. Esta foi sem dúvida a maior surpresa que o
Amigo Imaginário me trouxe. Comecei a escrever sem grandes expectativas, apenas
para a família e amigos que ficaram em Portugal. Para o meu amor, que estava a
viver em Itália. E para mim, que me sentia muito sozinha. Para organizar
ideias. Para memória futura dos meus filhos, que embarcaram comigo nesta
aventura de viver 2500 quilómetros a Norte. Sempre pensei que só iria passar
por aqui gente amiga. Sei quem me lê no Reino Unido (kisses, family!), na
Alemanha (beijinho, Rui!) e em França (bisous, Carla!). Ou lá longe, no Canadá
(beijo grande, Christine!). Eu até sei quem me leu este Verão em Cabo Verde
(só não mando beijos, que não sou cínica). Mas não faço ideia nenhuma de quem
me lê na Europa do Leste ou nas terras longínquas do Oriente. No Brasil. Nos
Estados Unidos. Não sei quem são, mas agradeço de coração. Este foi um ano de grandes transformações e fico profundamente comovida por tanta gente nos ter seguido de longe. Espero que a nossa
história toque mais alguém. Que faça pensar no fenómeno da emigração sob outro
ângulo. Que sirva para mostrar os locais bonitos que vamos descobrindo. Que faça
acreditar que os novos recomeços são sempre possíveis. Mesmo que tenhamos medo...
Neste ano que passou, aprendemos
a viver com saudades do meu amor, entre reencontros fugazes e despedidas tristes.
Ganhei a guarda dos meus filhos, perdi a pensão de alimentos. Comprei uma
guerra. Comecei a dar aulas à noite, num horário reduzido. Aprendemos a viver
com menos. Vi os meus filhos crescerem. O Vasco partiu um pé, mas não perdeu a
alegria. Fomos visitar o tio Rui a Frankfurt. Alimentei um amor por
correspondência. O Diogo adolesceu de repente. Recebemos o melhor presente de
Natal da família inglesa. O meu amor apareceu de surpresa em Seaford no meio de
uma tempestade. O Vasco teve a sua primeira doença e apanhámos um susto. Arranjei um novo emprego
que me impõe novos desafios diariamente. Tivemos que reajustar horários. Conheci
novas pessoas. Viajámos muito. Andei a galope com o Diogo nos bosques. Fomos a
Portugal no Carnaval, mas o tempo passou demasiado depressa. O nosso jardim
zoológico cresceu. Fui confrontada com um medo crónico ao descobrir uns
problemas de saúde. Fiz muitos exames, tomei muitos medicamentos. Pedi tréguas
e sofri nova investida. O Diogo anunciou que quer regressar a Portugal. Senti-me
afundar. O meu amor estendeu-me a mão. Regressou de Itália para ficar connosco.
Mudámos de casa e iniciámos uma nova vida a quatro. Prestámos depoimento na
Polícia. O meu pai e a mulher passaram o Verão connosco e ganhei ao King. Plantámos
uma macieira no quintal. Fiz amigos. Recebemos a minha madrasta e fizemos um piquenique
no lago. As vizinhas elogiaram os dotes musicais dos meus filhos. Fui tia, mas ainda não conheço o meu sobrinho. Começou mais um ano escolar. O Vasco mudou de
escola e fez muitos amigos. Criámos novas rotinas. O meu amor impôs regras. Vou
ter outro sobrinho, a quatro horas de distância de mim a quem tenciono dar
muito mimo. Deram-me os parabéns por o Vasco não ter vergonha de andar no
ballet, senti um orgulho imenso. Li mais livros, ouvi novas músicas, revi
séries, fui muitas vezes ao cinema. Aprendi a aceitar que já não estou sozinha,
que agora somos dois a educar os rapazes. E escrevi, escrevi muito.
[ "Chega aonde tu
quiseres, mas goza bem a tua rota" ]
Um ano muito preenchido sem dúvida!
ResponderEliminarBeijinhos do cantinho sul de Portugal :)
Quer saber quem é uma das suas seguidoras mais fiéis? Eu apresento-me: moro nos arredores de Lisboa, sou casada, tenho uma filha que já vive na casa dela ( é veterinária, trabalha com éguas e vacas...), fui professora de Inglês por mais de 30 e tal anos, principalmente em zonas problemáticas e adoro viajar ( faço-o desde muito nova, quando as meninas da altura ainda não o faziam). E admiro-a muito, é uma GRANDE mulher!
ResponderEliminarMuito obrigada por partilhares a tua viagem connosco :)
ResponderEliminarBeijinhos
Obrigada eu, meninas, pelo carinho e pelas visitas (e pela partilha, Mariana B.).
ResponderEliminarBeijinhos grandes.