(viemos num pulinho a Amesterdão,
conhecer o novo membro da família)
Somos quatro, três raparigas e um rapaz. E eu, que sempre sonhei ter uma sobrinha para estragar de mimos, sou tia de três adoráveis rapazes. Ou seja, a nova geração da família é exclusivamente masculina.
A minha irmã mais velha tem o Pedro, quase da idade do Vasco. Apesar de viverem a tantos quilómetros de distância, estes dois primos adoram-se. São mesmo companheiros. A minha outra irmã mais velha adoptou um menino, no ano passado, que vai fazer agora três anos. É a coisa mais querida do mundo. Até o meu amor, que é a única pessoa que eu conheço completamente imune ao charme infantil, ficou apaixonado. E, agora, o meu irmão mais novo teve um bebé, o Luca.
É estranho ver um miúdo a quem demos colo e mudámos tantas fraldas no papel de pai. O meu irmão mais novo foi uma espécie de primeiro filho. Foi a primeira pessoa que me roubou o coração e me transformou numa mãe em potência. Só que entretanto cresceu, sem que eu desse por isso. Nós as três, as mais velhas, já eramos mães e ele continuava a ser apenas o meu irmãozinho.
É estranho este amor, este sentimento de pertença, que sentimos de repente por um pequeno ser que acabámos de conhecer. Que ainda mal é gente, mas já conseguiu metamorfosear o meu irmãozinho num pai. Agora, já não somos apenas nós. Crescemos. Somos os outros, a geração anterior. Cedemos o lugar aos seguintes, os nossos filhos. O ciclo está completo. Fechou-se. A família tem agora toda uma nova geração a desbravar caminho. Cinco homens com o mundo inteiro a seus pés. Não consigo deixar de sentir assombro. E orgulho, um orgulho imenso.
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