(nunca
pensei dizer isto, mas souberam a pouco...)
Acabam
hoje estas nossas férias mãe&filhos, que duraram três semanas. Três longaaaas semanas. É preciso que se diga
que eu tinha de trabalhar nos primeiros quinze dias. Mas, como tenho um chefe
para lá de bestial, pude ficar em casa na primeira semana e fazer horário
completo na segunda. Este país é fantástico a encontrar soluções para quem tem
filhos.
O
Diogo começou por ir passar uns dias a casa de um amigo e eu pude dedicar-me
exclusivamente ao Vasco. Deixei-o dormir na minha cama, que normalmente é
território interdito. Fartámo-nos de passear de mãos dadas. Conversámos muito. Fizemos
imensos programas a dois: fomos jantar fora, ao cinema, ver uma exposição. Fomos
às compras no Luxemburgo, escolher o material escolar para o próximo ano. Calcorreámos
algumas vendas de garagem, onde desencantámos bons achados. Ofereci-lhe uma
caixa de Legos. Livros para as férias. Acho que lhe fez bem ter a mãe só para
ele, os bichos carpinteiros da coisa pequena acalmaram um pouco. Tornou-se ainda
mais meiguinho.
Quando
o Diogo voltou, trazia o amigo atrás. Já percebi que os adolescentes andam
sempre aos pares. Aproveitámos os dias de canícula para irmos a uma praia
fluvial de sonho, pertinho de casa. A Bélgica ainda nos consegue encantar,
tantos anos depois. Não é bem a praia, mas é quase, quase, como se fosse.
Na
segunda semana, voltei ao trabalho decidida a recuperar o tempo perdido que me
foi gentilmente oferecido. O Vasco foi para um estágio de equitação, onde
aprendeu a tratar de cavalos. Fartou-se de andar a trote levantado sozinho. E
de fazer disparates, evidentemente. Voltava todos os dias imundo como nunca vi.
O Diogo ficou em casa com um novo amigo flamengo, enteado de uma antiga colega
de faculdade. Vinte anos depois, encontrámo-nos finalmente. A vida dá voltas
engraçadas. A ideia era o Slaine melhorar o seu francês e o Diogo aprender uns
rudimentos de flamengo. Entenderam-se às mil maravilhas… em inglês, pois claro.
Na
última semana, o Diogo foi passar uns dias a casa do Slaine, em Antuérpia. Foram
os dois sozinhos, de comboio. É muito bom ver o meu adolescente ganhar asas,
conquistar liberdades de gente crescida. Divertiu-se à grande, mas a única
coisa que aprendeu a dizer em flamengo foi “bom apetite”. O Vasco aproveitou
para recuperar alegremente o seu posto de filho único. Fomos buscar o irmão uns
dias depois para começarmos a tratar da viagem. Desta vez, disse-lhe que fazia
questão de passar uns dias sozinha com ele. Sem idas para casa de amigos, nem
amigos cá em casa. Foi difícil, mas consegui. Soube tão bem fazer programas a
três com eles. E, quando o pequeno já estava a dormir, aproveitar para ver
séries e conversar calmamente com o meu adolescente preferido.
O
melhor destas férias foi exactamente isso… as conversas com os meus rapazes.
Perceber que gosto muito da companhia deles, de estar com eles, de falar com
eles. Saber o que lhes passa pela cabeça, o que pensam sobre vários assuntos.
Uns mais filosóficos, outros mais terra-a-terra. Independentemente de serem
meus filhos, é importante para mim ver que os aprecio como pessoas. Gosto mesmo
destes dois, têm um sentido de humor truculento que eu adoro.
E,
no meio disto tudo, as visitas da família e amigos que nos encheram o coração. Patuscadas
que também alimentam a alma. Idas a diferentes médicos. Burocracias sem
fim. Aquelas coisas chatas que fazem parte da vida comezinha de todos os dias,
férias incluídas.
Amanhã é outro dia. Amanhã é o dia. Vamos ter com o meu amor a Marraquexe. A aventura espera-nos...
Boa viagem, boas férias :)
ResponderEliminarObrigada, Gralha! Para vocês também!
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