segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A perfeição está no meu olhar

(porque podemos sempre escolher o nosso ângulo de visão)



Quando releio algumas coisas que aqui escrevi, percebo que deixo transparecer a ideia de que sou daquelas mães que pensam que os filhos são perfeitos. Não tenho qualquer pudor em confirmá-lo. É verdade… acho mesmo que os meus filhos são perfeitos. Mais, também acho que o meu amor é perfeito.

Se no meio desta perfeição toda têm defeitos? Obviamente…

O meu amor tem um feitio terrível, forjado pelos longos anos de solidão.
O Diogo é demasiado maleável, tende a moldar-se às situações e pessoas com quem está, sendo muitas vezes incapaz de impor a sua vontade.
O Vasco… bem, o Vasco é o Vasco. Vive num mundo de difícil acesso. Imune a conversas, ralhetes e castigos.

O facto de os achar perfeitos, não significa que seja cega. Ou iludida. Eles não são os melhores do mundo. Mas são os melhores do meu mundo. E isso basta-me. A questão é que a perfeição está no meu olhar, não neles. Porque cada um deles é muito mais do que a soma de todos os seus defeitos.

Digo muitas vezes ao meu amor que ele é “o meu perfeito”. Aos meus filhos digo o mesmo de outra maneira. Digo que tenho muito orgulho em ser mãe deles. Acho importante mostrarmos que amamos a pessoas tal como elas são. Fazê-las sentirem-se perfeitas aos nossos olhos. É assim uma espécie de capa de super-herói que lhes damos para enfrentarem a vida.

O Amigo Imaginário é o guardador das nossas memórias. E eu quero que essas memórias sejam tão cruas como a realidade de que se alimentam, mas também quero que tenham um travo doce. Acredito que se escolhermos ver a vida e as pessoas que nos acompanham com esse filtro de doçura, encontraremos mais perfeição.

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