(porque
podemos sempre escolher o nosso ângulo de visão)
Quando
releio algumas coisas que aqui escrevi, percebo que deixo transparecer a ideia
de que sou daquelas mães que pensam que os filhos são perfeitos. Não tenho
qualquer pudor em confirmá-lo. É verdade… acho mesmo que os meus filhos são
perfeitos. Mais, também acho que o meu amor é perfeito.
Se
no meio desta perfeição toda têm defeitos? Obviamente…
O
meu amor tem um feitio terrível, forjado pelos longos anos de solidão.
O
Diogo é demasiado maleável, tende a moldar-se às situações e pessoas com quem
está, sendo muitas vezes incapaz de impor a sua vontade.O Vasco… bem, o Vasco é o Vasco. Vive num mundo de difícil acesso. Imune a conversas, ralhetes e castigos.
O
facto de os achar perfeitos, não significa que seja cega. Ou iludida. Eles não
são os melhores do mundo. Mas são os melhores do meu mundo. E isso basta-me. A questão é que a perfeição está no meu
olhar, não neles. Porque cada um deles é muito mais do que a soma de todos os
seus defeitos.
Digo
muitas vezes ao meu amor que ele é “o meu perfeito”. Aos meus filhos digo o
mesmo de outra maneira. Digo que tenho muito orgulho em ser mãe deles. Acho
importante mostrarmos que amamos a pessoas tal como elas são. Fazê-las
sentirem-se perfeitas aos nossos olhos. É assim uma espécie de capa de
super-herói que lhes damos para enfrentarem a vida.
O
Amigo Imaginário é o guardador das
nossas memórias. E eu quero que essas memórias sejam tão cruas como a realidade
de que se alimentam, mas também quero que tenham um travo doce. Acredito que se
escolhermos ver a vida e as pessoas que nos acompanham com esse filtro de
doçura, encontraremos mais perfeição.
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