(quando a sincronia da vida entra em acção
para nos mostrar o que é verdadeiramente importante)
Esqueci-me
que a data limite para entregar o meu artigo para o número de Dezembro da revista
terminava esta semana. E tinham acabado de me pedir para traduzir um texto em
chinês (não é, mas é como se fosse) sobre uma nova experiência com ratos trissómicos
em Espanha.
Ouço
vozes animadas no corredor. Gritos. Palmas. Muitos risos. E uma bola a bater na
porta do meu escritório. Uma vez. Outra vez. E mais outra.
Sinto
crescer em mim uma raiva surda. Aumentei o volume da música. “As ideias estão no chão/Você
tropeça e acha a solução”, cantavam os Titãs. Não… nem por isso.
De
repente, batem à porta. “Rita, anda cá ver isto!”. Nem tive tempo de me
levantar, a porta escancara-se. Vejo um menino com um sorriso enorme estampado
na cara. Devia ter uns três anos. Olha para mim e diz: “Un pied… puis, l’autre pied! Un pied… puis, l’autre pied!”. E
avança, meio titubeante, ao som desta ladainha. Vê-se que é uma atitude
consciente, que exige um esforço concertado entre a cabeça, o tronco e os
membros. Atrás dele, a mãe ria. As técnicas riam. “O Nathan aprendeu a andar!”,
anunciam-me.
Ri-me.
Afinal, os Titãs tinham razão.
Olá! É só para saber como estão as coisas por aí? Espero que esteja tudo bem e que o meu postal para o Vasco já tenha chegado. Beijinhos, Célia (Castelo Branco)
ResponderEliminarJá chegou o seu postal, sim, senhora! Muito obrigada, Célia! Amanhã é o grande dia da "abertura dos postais"... ;)
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