terça-feira, 6 de maio de 2014

Se Maomé não vai à montanha…

(desculpem ainda estar a narrar as aventuras do fim-de-semana na terça,

 mas isto agora só lá vai aos bocadinhos)



Ora, então, tínhamos ficado no Sábado… quando obriguei os meus homens a irem ao mercado de Maastricht no dia errado. Há muito tempo que andava a sonhar com este passeio, que estávamos sempre a adiar porque os miúdos têm aula de equitação à tarde. Acabou por ser um dia muito bem passado, embora tenha ficado desiludida por não ter visto as velharias que ando a cobiçar para a casa nova.

Mas eis senão quando, no Domingo, acordámos às 7 de manhã com barulho à porta de casa. Um ruído de fundo que, aos poucos, ia aumentando de intensidade. Uma espécie de bruaá de feira. Por momentos, pensei que estava a sonhar. Que tinha transformado por artes mágicas o meu sonho de ir ao mercado em realidade.

Com esta história de estar de baixa, perdi a conta aos dias e esqueci-me da venda de garagem anual que fazemos em Malempré no primeiro fim-de-semana de Maio. Ou seja… era mesmo verdade! A feira da ladra que eu tanto queria veio literalmente bater-me à porta. Como tivemos durante várias semanas um anúncio a dizer “Aluga-se” afixado na janela, o pessoal deve ter pensado que já nos tínhamos mudado e assentou arraiais mesmo aqui em frente. Foi o cabo dos trabalhos para conseguirmos sair para ir passear o D. Fuas. E o meu carro ficou bloqueado no estacionamento, rodeado por móveis velhos e tralha até ao final da tarde. Mesmo que não quiséssemos, ficámos aqui presos o dia todo.

A aldeia encheu-se de gente. Os vizinhos, mais ou menos abastados, expuseram os seus pertences à porta de casa ou nas garagens. Móveis, roupa, livros, brinquedos, jogos, DVD’s. Os mais dotados, expuseram as suas obras de arte. Ou coisas antigas que vieram directamente dos sótãos dos avós. Até cavalos e burros estavam à venda. A criançada fez espetadas de gomas e percorria as ruas a vendê-las a 1 euro. O grupo de jovens de Malempré montou uma barraca onde vendiam uns cachorros quentes deliciosos com batatas fritas. E cerveja, claro. Ou não estivéssemos nós em plenas Ardenas…

Felizmente, não tinha muito dinheiro na carteira e a festa saiu-me barata. Depois de almoçarmos cachorros, comprei umas sandálias Geox para o Vasco por 5 euros e um móvel para a cozinha por 2 euros. O Vasco atascou-se às espetadas dos amigos e comprou uma banda desenhada e um boneco com os 5 euros que lhe dou de mesada. O Diogo preferiu guardar o dinheiro dele para me comprar uma prenda de anos no final do mês. O meu amor desencantou um jogo de xadrez por 3 euros. Ainda lhe tentei explicar que com o mau perder que reina nesta casa, comprar um xadrez de vidro era capaz de não ser boa ideia… mas o homem iniciou uma cruzada implacável que visa substituir os jogos virtuais pelos velhinhos jogos de tabuleiro. A verdade é que à tarde, enquanto eu descansava, estiveram horas entretidos com aquilo.
 
Ficam algumas fotografias que fomos tirando, enquanto cumprimentávamos vizinhos e amigos. Eis a nossa casa...
 





Sem comentários:

Enviar um comentário