(desculpem ainda estar a narrar as aventuras do fim-de-semana na terça,
mas isto agora só lá
vai aos bocadinhos)
Ora,
então, tínhamos ficado no Sábado… quando obriguei os meus homens a irem ao
mercado de Maastricht no dia errado. Há muito tempo que andava a sonhar com
este passeio, que estávamos sempre a adiar porque os miúdos têm aula de
equitação à tarde. Acabou por ser um dia muito bem passado, embora tenha ficado
desiludida por não ter visto as velharias que ando a cobiçar para a casa nova.
Mas
eis senão quando, no Domingo, acordámos às 7 de manhã com barulho à porta de
casa. Um ruído de fundo que, aos poucos, ia aumentando de intensidade. Uma
espécie de bruaá de feira. Por momentos, pensei que estava a sonhar. Que tinha
transformado por artes mágicas o meu sonho de ir ao mercado em realidade.
Com
esta história de estar de baixa, perdi a conta aos dias e esqueci-me da venda
de garagem anual que fazemos em Malempré no primeiro fim-de-semana de Maio. Ou
seja… era mesmo verdade! A feira da ladra que eu tanto queria veio literalmente
bater-me à porta. Como tivemos durante várias semanas um anúncio a dizer “Aluga-se”
afixado na janela, o pessoal deve ter pensado que já nos tínhamos mudado e
assentou arraiais mesmo aqui em frente. Foi o cabo dos trabalhos para
conseguirmos sair para ir passear o D. Fuas. E o meu carro ficou bloqueado no
estacionamento, rodeado por móveis velhos e tralha até ao final da tarde. Mesmo
que não quiséssemos, ficámos aqui presos o dia todo.
A
aldeia encheu-se de gente. Os vizinhos, mais ou menos abastados, expuseram os
seus pertences à porta de casa ou nas garagens. Móveis, roupa, livros, brinquedos,
jogos, DVD’s. Os mais dotados, expuseram as suas obras de arte. Ou coisas
antigas que vieram directamente dos sótãos dos avós. Até cavalos e burros
estavam à venda. A criançada fez espetadas de gomas e percorria as ruas a vendê-las
a 1 euro. O grupo de jovens de Malempré montou uma barraca onde vendiam uns
cachorros quentes deliciosos com batatas fritas. E cerveja, claro. Ou não estivéssemos
nós em plenas Ardenas…
Felizmente,
não tinha muito dinheiro na carteira e a festa saiu-me barata. Depois de
almoçarmos cachorros, comprei umas sandálias Geox para o Vasco por 5 euros e um
móvel para a cozinha por 2 euros. O Vasco atascou-se às espetadas dos amigos e
comprou uma banda desenhada e um boneco com os 5 euros que lhe dou de mesada. O
Diogo preferiu guardar o dinheiro dele para me comprar uma prenda de anos no
final do mês. O meu amor desencantou um jogo de xadrez por 3 euros. Ainda lhe
tentei explicar que com o mau perder que reina nesta casa, comprar um xadrez de
vidro era capaz de não ser boa ideia… mas o homem iniciou uma cruzada
implacável que visa substituir os jogos virtuais pelos velhinhos jogos de
tabuleiro. A verdade é que à tarde, enquanto eu descansava, estiveram
horas entretidos com aquilo.
Ficam algumas fotografias que fomos tirando, enquanto cumprimentávamos vizinhos
e amigos. Eis a nossa casa...
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